Monólitos Post

O Monólitos Post oferecerá cobertura total das eleições deste ano, focando especialmente as movimentações mais significativas para o Sertão Central do Ceará. 

Que o município de Quixeramobim teria o favoritismo absoluto e as primeiras atenções das forças políticas do Sertão Central que apoiam a indicação da família Ferreira Gomes, não é de surpreender.

Camilo Santana, o escolhido, é do PT, mesmo partido de José Guimarães, que aceitou ser rifado da disputa pelo Senado Federal para dar lugar à proposição do nome de Camilo. Guimarães, por sua vez, é natural de Quixeramobim, possuindo, inclusive, fortes entendimentos com o prefeito Cirilo Pimenta.

De certa forma, é natural que a campanha petista no interior tenha sido iniciada em Quixeramobim, assim como será natural que aquele município receba mimos de um eventual governo do PT no Ceará. O que soa bem desnatural mesmo é a passividade e tácita aceitação com que os políticos de Quixadá tratam todo o direcionamento de atenções para o município vizinho.

Evidentemente, não é uma questão de se construir posições bairristas, ou mesmo de se atiçar competição inapropriada, mas de reconhecer que política e direção executiva envolvem uma boa dose de estratégia.

No entanto, em vez de uma atuação estratégica em prol dos interesses de Quixadá, o que se torna muito claro a partir do atual cenário é que, em nome de interesses pessoais e partidários, muitos políticos quixadaenses estão colocando a própria terra na mesa do sacrifício em favor do município vizinho.

Na verdade, não é a primeira vez que isto acontece. No episódio da escolha do município que receberia o Hospital Regional, muitos quixadaenses de prestígio “tiraram o seu da reta”, como se costuma dizer, para permitir que Quixeramobim ganhasse aquele que deve ser um dos maiores investimentos desta primeira metade de século.

Considerando todas as expectativas do eleitorado de Quixadá, a conduta destes políticos é, na prática, uma verdadeira transgressão moral, uma violação de toda a esperança de quem um dia acreditou em tais nomes como legítimos defensores dos interesses locais.

Nota-se nas fotos da galeria no final desta matéria, que personalidades quixadaenses completamente antagônicas, aproveitam-se do chamado “dinamismo da política” para darem as mãos em nome de seus próprios projetos.

De fato, “dinamismo” é e será a palavra cada vez mais usada para explicar toda a incoerência e descompromisso com a própria história praticada por quem acredita na falta de percepção do eleitor.

Além disso, percebe-se na busca pelo eleitorado quixeramobiense a noção de que Quixadá parece não suportar mais as mesmas opções de sempre. Quase duas décadas de atuações parlamentares de políticos cujo principal eleitorado é de Quixadá não encontram grandes feitos no município. As pessoas não parecem sentir que são bem representadas. E o chamado dinamismo, exposto nestas fotos, é prova incontestável de que algumas motivações não tem realmente o povo como centro e base.

Eles terem se acostumado com esse tipo de atuação é uma coisa. A população baixar a cabeça e aceitar tudo isso é outra bem diferente.

Veja galeria de fotos: