Aprenda dez maneiras de controlar o ciúme

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Raiva, medo da perda, angústia, amor próprio ferido e despeito são alguns dos sentimentos terríveis que costumam acompanhar as crises de ciúme. Trata-se de uma combinação explosiva que nem sempre se justifica e que ainda pode colocar um ponto final em um relacionamento promissor. Com um pouco de autocontrole e bom senso, porém, qualquer pessoa ciumenta consegue administrar suas emoções e enxergar as coisas como elas de fato são, e não através de uma lente de aumento como costuma acontecer na hora do chilique. Veja, a seguir, algumas dicas valiosas de especialistas.

ADMITA O QUE SENTE: nem sempre o ciumento consegue assumir que é desse jeito, pois é mais fácil e cômodo jogar a responsabilidade de suas crises no par ou sobre terceiros. Portanto, o primeiro passo para se livrar do ciúme é admiti-lo. “Quando a pessoa reconhece alguma dificuldade própria, a atitude seguinte é tentar avaliar o que pode fazer para melhorar”, afirma a psicóloga Susan Ório, de São Paulo (SP). A partir daí, também deve começar a prestar atenção no próprio comportamento e a se policiar.

AUMENTE A AUTOCONFIANÇA: para a psicoterapeuta Andrea Vaz, do Rio de Janeiro (RJ), a autoconfiança deve existir antes mesmo do amor ao outro. “Se você não consegue confiar em si, talvez seja melhor aprender a se gostar antes de se relacionar com alguém”, afirma. Uma pessoa que não acredita na própria capacidade de amar também costuma acreditar que os outros não são capazes de fazer o mesmo. Assim, ser trocado por alguém “melhor” vira o fantasma da relação. Trate, portanto, de fortalecer sua autoestima .

QUESTIONE SOBRE O QUE SENTE MEDO: quando perceber uma crise de ciúme se aproximando, pergunte-se qual é o seu maior temor. Perder quem ama? Ser vítima de traição? Seu amor achar a outra pessoa mais interessante? Ficar só? Repetir histórias sofridas do passado? A chave para enfrentar o seu ciúme pode estar em você, e não na outra pessoa. Para o psicólogo Alexandre Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade Miami (EUA), tão ou mais importante do que admitir o próprio ciúme para aprender a controlá-lo é investir em um exercício profundo de autoconhecimento e identificar as razões que o provocam. “Quem já sofreu uma traição, por exemplo, costuma ter dificuldades em estabelecer uma nova relação adulta e madura, baseada na confiança”, conta. Por essa lógica, as atitudes possessivas e controladoras seriam uma tentativa desesperada de blindar o romance contra um triângulo amoroso. Baixa autoestima, carência e exemplos de relacionamentos amorosos desestruturados (por parte dos pais ou outros familiares) também podem estar por trás do ciúme.

APRENDA A DISCERNIR FATOS DE FANTASIAS: pare e reflita: será que há motivo concreto para ter ciúme ou ele é fruto da sua mente fantasiosa? O fato de o namorado achar outra moça bonita não significa que deseja levá-la para a cama ou que a namorada é feia. Pegar uma carona com o colega da academia pode ser, sim, uma carona. Não dê asas à imaginação quando ela causar sofrimento. “Existem diversos níveis de fantasia, a questão é a lente que você usa, se ela aumenta o fato ou faz perceber a realidade”, diz a psicóloga Susana Ório, de São Paulo (SP). É fundamental, ainda, separar os próprios pensamentos dos pensamentos do outro. “Sua insegurança ou ideias sobre traição são algo seu. Isso não quer dizer que seu par faça ou pense algo como você”, completa a psicóloga Rejane Sbrissa, de São Paulo (SP).

IDENTIFIQUE QUANDO E COMO AS CRISES ACONTECEM: isso ajuda a encerrá-las. De acordo com o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, autor do livro “Ciúme – O Lado Amargo do Amor” (Ed. Ágora), nem sempre uma crise é sinal de que a pessoa é uma ciumenta reincidente. “Em algumas circunstâncias, quando, por exemplo, há alguém de fato se insinuando para o parceiro, é normal que a pessoa se sinta enciumada. Nesse caso, uma maneira de driblar a crise é refletir sobre a solidez da relação e observar a reação do par”, diz. Se a paquera não é correspondida, não há razão para alimentar desconfianças ou partir para uma briga. Há fatores, entretanto, que impulsionam o ciúme e nem sempre têm a ver com a relação. Exemplos: fase ruim no trabalho, dificuldades financeiras, problemas familiares, baixa autoestima etc. São circunstâncias que tornam a pessoa mais carente de atenção, o que acaba contribuindo para o sentimento de posse.

VERIFIQUE SE HÁ UM PADRÃO: de acordo com a psicóloga Rejane Sbrissa, de São Paulo (SP), muita gente tende a repetir padrões de relacionamento. Se o “ex”, por exemplo, não proporcionava a segurança e a confiança necessárias para um romance sadio, é provável que o medo que sentia de perdê-lo se perpetue em outros namoros. “Aí, a pessoa passa a se relacionar somente à base de ataques de ciúme, controle e possessividade, mesmo que o novo amor não provoque nada disso”, diz. Ainda segundo Rejane, esse padrão de relacionamento pode afetar outras esferas da vida: profissional, familiar, social etc. “É preciso ter consciência de que o passado ficou para trás e romper esse ciclo”, fala.

ABRA O JOGO SOBRE O QUE SENTE: isso é muito importante, pois coloca as situações às claras e ninguém fica remoendo as coisas. “Na medida em que o casal vai se conhecendo, estabelecendo planos e construindo uma relação de confiança, as fantasias vão se dissipando”, declara a psicóloga Susana Ório, de São Paulo (SP). Falar também ajuda a esclarecer dúvidas e a fortalecer o vínculo afetivo.

COLOQUE-SE NO LUGAR DO OUTRO: você está em plena crise de insegurança e despejou todos os seus receios e angústias em cima do par. No entanto, na opinião da psicóloga Susana Ório, de São Paulo (SP), é fundamental pensar duas (ou até mais) vezes antes de fazer escândalos ou ofensas em público. Você gostaria de estar do outro lado, sendo alvo de acusações e tendo a vida exposta diante de gente que não tem nada a ver com seus problemas afetivos? O mesmo vale para as cobranças que costuma fazer sobre horários, amizades, pensamentos e até modo de vestir do parceiro. E se fosse com você?

OCUPE O TEMPO E A MENTE: em vez de ficar fuçando o Facebook do par o dia todo, que tal cuidar melhor dos estudos, do trabalho, da aparência, da própria qualidade de vida, dos projetos pessoais? Mesmo porque por maior que seja o controle, será em vão. “Tenha a consciência de que tomar conta da vida do parceiro, seja pela internet ou por informações obtidas com amigos, não salvará sua relação de algum tipo de traição, muito menos trará alívio para você”, explica a psicoterapeuta Andrea Vaz, do Rio de Janeiro (RJ). E esse comportamento é o primeiro passo para que o ciúme vire algo patológico, com necessidade de tratamento.

LIVRE-SE DA CRENÇA DA “PROVA DE AMOR”: outra maneira eficiente de administrar o ciúme é parar de acreditar que ele é sinônimo de amor, paixão, cuidado. Muitas pessoas gostam de armar uma cena só para marcar território ou mostrar ao parceiro que se preocupa com a relação. “Amor de verdade dispensa ceninhas”, conta Rejane Sbrissa, psicóloga de São Paulo (SP). Ciúme é prova de insegurança, dificilmente de amor (que, aliás, pode ser comprovado de outras formas menos invasivas e angustiantes).

*Por Heloísa Noronha, UOL. 




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