O Ideb – que não é candidato, nem é de oposição – mostra fiasco na educação no Ceará. E agora, Izolda?

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Após ser pressionado pela imprensa, o governo federal finalmente divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede o desempenho de alunos do ensino fundamental e médio das escolas públicas e privadas no Brasil. Redes de 21 Estados não atingiram metas estabelecidas pelo Ministério da Educação; em 16 deles, médias são inferiores às obtidas em 2011.

É o caso do Ceará, onde o ensino médio nas escolas públicas foi reprovado. A meta para 2013 para o Estado era a nota 3,5. No entanto, após grandes investimentos na área, o índice obtido foi de apenas 3,3. Ficamos abaixo da média nacional: 3,4 no setor público (no privado é 5,4). E reparem que a meta não era nada ambiciosa.

No ranking nacional da educação, o Ceará fica ali pelo meio da tabela, à frente de Estados como Bahia, Amapá e Alagoas, empatado com o Acre e o Distrito Federal, atrás de São Paulo e Pernambuco.

Mas o que preocupa mesmo é a atual tendência de queda no desempenho das escolas públicas no ceará, no ensino médio, registrada entre 2011 e 2013.

Eleições
Como estamos em plena campanha eleitoral, é impossível deixar de registrar que se trata de uma má notícia para o candidato ao governo estadual pela situação, o petista Camilo Santana, que tem a ex-secretária da educação, Izolda Cela, como candidata à vice-governadora em sua chapa, com o respaldo, justamente, de duas altas no Ibeb em anos anteriores. A educação e as escolas profissionalizantes figuram como grandes feitos da atual gestão. Izolda chegou a dizer no Facebook que duvidava da honestidade de quem criticasse a área. Pois é, o Ideb não é candidato e não é de oposição, por isso, motivações desonestas em sentido eleitoral devem ser descartadas.

Como consolo, o Ideb 2013 joga luzes no debate sobre a educação, que andava obscurecido pela propaganda eleitoral no Ceará. Nas peças da candidatura governista, a tática é mostrar belas estruturas físicas e deixar de lado os índices comparativos de desempenho. Esse é um padrão de comunicação já conhecido na segurança e na saúde. A realidade, mais uma vez, é que investimentos são feitos, o que merece reconhecimento, mas os resultados são pífios, o que não pode ser escondido. O problema, notadamente, não é financeiro, mas administrativo.

O Ideb agora é uma oportunidade para que candidatos mostrem como podem melhorar a qualidade da educação, ou pelo menos, como parar de piorá-la. (Autor: Wanderley Filho, do blog do Wanfil)




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