Os primeiros dois anos da gestão municipal de Quixadá, sob o comando do prefeito João Hudson, não foram nada tranquilos. Investigações policiais, CPI’s, operações do Ministério Público, denúncias na Justiça e aparições negativas na mídia nacional criaram uma identidade com a qual se supõe que a maioria dos quixadaenses não querem estar associados.
No entanto, pelo menos no Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará (TCM), que tem entre suas atribuições receber, analisar, encaminhar e acompanhar as demandas formuladas pelos interessados sobre os serviços prestados pelos gestores das entidades públicas municipais, a Prefeitura de Quixadá deve ser vista como uma das mais exemplares. O motivo é simples: em dois anos, nenhuma denúncia contra qualquer de seus gestores foi apresentada ao órgão.
Na Câmara Municipal e nas redes sociais não falta gogó grosso. Contudo, na prática é puro silêncio, inércia e omissão. Pelo menos quanto a fazer denúncias ao TCM tem sido assim. Vale ressaltar que, embora o compromisso de fiscalizar a gestão pública seja de todos os parlamentares, a população espera uma atuação mais efetiva, mais enérgica, daqueles vereadores que compõem a chamada bancada de oposição. A julgar pela quantidade de denúncias enviadas ao TCM nesse período de dois anos, isto é, zero, pode-se realmente afirmar que existe oposição na câmara de Quixadá? Dificilmente!
Este é certamente um momento oportuno para pensar sobre o assunto. Nesta quinta-feira, 05, começam os trabalhos no legislativo municipal. Uma nova Mesa Diretora, ainda mais próxima do poder executivo, foi empossada e tende a ser branda. Ou os vereadores de oposição retomam o sentido de suas posturas, ou declaram de vez que, no que se refere aos seus deveres perante o povo, tanto faz como tanto fez.