Deputado defende medidas do ajuste, mas cobra ações para garantir investimentos

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O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) defendeu nesta terça-feira, dia 19, as medidas de ajuste fiscal, mas cobrou por parte do governo uma postura mais incisiva para garantir ações de infraestrutura que garantam o crescimento e o desenvolvimento econômico do País.

A declaração do peemedebista cearense aconteceu durante a audiência que a bancada da legenda na Câmara teve na tarde desta terça-feira, 19, com o ministro da Fazenda Joaquim Levy. O parlamentar do Ceará falou, ainda, que o principal problema do governo para aprovar o ajuste fiscal é a falta de credibilidade junto à sociedade.

“Eu fui o relator do Programa Brasil Maior. Naquele momento, o principal argumento do governo é que a gente tinha que baixar os impostos, desonerar para poder exatamente aumentar a produtividade. E agora o Sr. vem com um discurso exatamente no sentido inverso. Que a gente precisa aumentar os impostos, onerá-los, para aumentar a competitividade”, disse.

“E aí (isso) me preocupa porque o Sr. procura construir um ajuste fiscal com uma mão, com muita força, e por outro lado, o Sr. permanentemente nos últimos momentos (opta por aumentar) a taxa de juros. Ou seja, a taxa de juros que a gente paga a conta aumenta, o ajuste que a gente recebe aumenta e como nós vamos equilibrar essa conta?”, complementou arguindo o ministro.

Modelo errado

Danilo Forte se mostrou preocupado com a fórmula que o governo está procurando para sanear as contas públicas. Segundo ele, um modelo que ampliará a crise econômica comprometendo ainda mais a geração de emprego e renda.

“Se a vazão é maior do que a captação, nós não vamos conseguir este ajuste e este equilíbrio nunca. E, aí, vai aumentar sim a estagnação e a crise econômica que nós estamos vivendo”, comentou.

Modelo de investimento

Danilo Forte defende “o papel indutor do Estado que nós defendíamos quando fazíamos as desonerações privilegiando o setor de automóveis e da linha branca (geladeira, aparelhos de televisão, etc)” quando da votação do Plano Brasil Maior, na qual foi o relator da matéria quando em debate na Câmara.

“Hoje no setor de infraestrutura não seria (bom) para alavancar um setor que está parado no Brasil nos últimos quatro anos (como) o saneamento básico que (sem ele) gera doenças. Está aí à volta do sarampo, a dengue campeã e exatamente porque não tem políticas de governo para com isso”, reforçou.

Cantilena da seca

O peemedebista criticou mais uma vez o modelo adotado pelo governo para promover as medidas de ajustes fiscal que larga de mão de medidas concretas para, inclusive, avançar nas obras de recursos hídricos na região Nordeste. “No segundo semestre, nós vamos de novo voltar a cantilena da seca que há 300 anos perturba o Nordeste brasileiro”, falou.

“Nem uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Estiagem, anunciado em 2012, foi executada. A transposição (do São Francisco) anda devagar e a passos muito lentos. E qual a perspectiva que nós temos com a insegurança que está sendo feito o ajuste fiscal que está parecido com o balanço da Petrobras”, comparou.

Conta a pagar

“A Petrobras deu lucro porque não está pagando ninguém. Todo mundo sabe disso. E nós vamos fazer no governo a mesma coisa?”, perguntou o deputado novamente ao ministro. “Vamos parar de pagar todo mundo para construir um lucro artificial enquanto a população vai pagar esse preço com o desemprego?”, arguiu mais uma vez.

Minha Casa Melhor

Por fim, Danilo Forte pediu informações ao ministro Levy sobre o programa federal “Minha Casa Melhor” que, segundo ele, apresentou um gravíssimo quadro de inadimplência. O referido programa foi criado para oferecer crédito extra aos participantes do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”.

“E outra coisa que eu não sei que número é esse: aquela ‘Minha Casa, Minha Vida’ dos eletrodomésticos, que é o ‘Minha Casa Melhor’, que tamanho foi aquele calote da Caixa Econômica? Porque nós sabemos que aquilo ali gerou uma inadimplência muito grande e que até agora a gente não sabe o número deste rolo”, acrescentou.

“Então eu acho que o ajuste é necessário. Mas, agora, eu acho que precisa ter um horizonte mais claro com todas estas questões que os companheiros da bancada colocaram. Mas o principal problema do governo é credibilidade. E o Sr. sozinho não vai conseguir esta credibilidade se o governo não tiver clareza de como demonstrar isso para a sociedade”, finalizou.




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