Ibaretama e Quixadá – Dois exemplos de incompetência no uso dos recursos da saúde

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Esqueletos-saude-no-brasil-1Os municípios de Ibaretama e Quixadá estão localizados no Sertão Central do Ceará. Mas não é apenas a geografia que lhes confere proximidade. A situação de grave precariedade nos serviços públicos de saúde também. As administrações de ambos, inclusive, costumam usar as mesmas desculpas quando precisam explicar porque, apesar de receberem tantos recursos, deixaram a situação chegar ao ponto em que chegaram. E não! Nem todo município do Brasil é um desastre!

IBARETAMA

De acordo com o censo do IBGE de 2014, Ibaretama possui 13.172 habitantes. É um município pequeno e pobre em comparação com os vizinhos Quixadá e Quixeramobim, cuja arrecadação anual ultrapassa os cem milhões de reais. O baixo número de habitantes, no entanto, não afeta a capacidade de gestão da saúde positivamente, como alguns poderiam supor. A administração é tão ruim quanto a de Quixadá. Quem sofre na pele as agruras da incompetência administrativa jura que é até pior. Difícil é achar um quixadaense que acredite!

Os números estão aí para não deixar dúvidas. Somente no primeiro semestre de 2015, o Fundo Municipal de Saúde de Ibaretama recebeu R$ 1.453.502,35 do Governo Federal. Pode parecer pouco para quem vive num município grande, cujos repasses são bem mais avantajados. Mas vale lembrar que Ibaretama só tem pouco mais de 13 mil habitantes. Portanto, proporcionalmente, é sim bastante dinheiro!

Os dados do Portal da Saúde, do Ministério da Saúde, apontam para a seguinte distribuição do dinheiro no Fundo Municipal de Saúde de Ibaretama:

  • Assistência Farmacêutica: R$ 24.000,00.
  • Atenção Básica: R$ 1.097.468,69.
  • Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar: R$ 289.438,35.
  • Vigilância em Saúde: R$ 42.595,31.

Apesar da considerável quantia, vale observar que dinheiro para saúde nunca é demais. Nunca é demais, também, boas práticas de gestão que confiram ao menos uma medida razoável de eficiência. Porque às vezes o que falta não é tanto dinheiro, é capacidade de gestão mesmo.

QUIXADÁ

Quixadá não fica para trás. Com uma população de 84.684 habitantes, o Fundo Municipal de Saúde recebeu, somente no primeiro semestre deste ano, R$ 14.985.737,46. É uma montanha de dinheiro! Conforme os dados do Portal da Saúde, o montante foi dividido da seguinte forma:

  • Assistência Farmacêutica: R$ 124.000,00.
  • Atenção Básica: R$ 4.523.433,69.
  • Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar: R$ 9.967.950,74.
  • Vigilância em Saúde: R$ 294.753,03.
  • Investimento: R$ 75.600,00.

Claramente, portanto, Quixadá não pode alegar que o Governo Federal não esteja repassando verbas para a manutenção da saúde local. Está sim! É verdade que a demanda é excruciante, mas não há um só ser com um mínimo de inteligência que não seja da opinião de que um pouco mais de gestão conseguiria maior eficiência no uso dos recursos destinados à saúde.

Somado às limitações dos gestores, Quixadá ainda tem de conviver com o fato de sofrer prejuízo em decorrência da pactuação da saúde na região do Sertão Central. O resultado não poderia ser outro: caos e muito sofrimento para os cidadãos que dependem do poder público.

Os dois municípios sem dúvida precisam melhorar muito o gerenciamento dos recursos públicos na área da saúde. Esta é, talvez, a questão mais urgente a ser enfrentada pelas duas administrações, não tanto pelo ano eleitoral à frente, mas pela vida e pela dignidade dos seus cidadãos.




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