Governo lança nova consulta pública sobre regras para a internet

- por
  • Compartilhe:
André Figueiredo

Ministro das Comunicações André Figueiredo

“O Brasil tem muito que se orgulhar de ser uma referência em termos de construção de uma internet verdadeiramente democrática, através de marcos regulatórios.” A declaração foi feita hoje pelo ministro das Comunicações, André Figueiredo, durante o lançamento da segunda fase de debate da regulamentação do Marco Civil da Internet, coordenado pelo Ministério da Justiça, com a colaboração dos Ministérios das Comunicações e da Cultura.

A nova etapa da consulta pública vai ouvir a opinião sociedade sobre uma minuta de texto do decreto presidencial que vai regular a internet no Brasil. O debate público ficará aberto até 29 de fevereiro. Nesse período, os interessados poderão fazer contribuições por meio da plataforma marcocivil.mj.gov.br.

Na solenidade, André Figueiredo disse que o desafio do Ministério das Comunicações é garantir internet rápida à população brasileira. “A rede hoje é instrumento de igualdade e de oportunidade”, ressaltou. Segundo ele, o MC tem como prioridade várias ações para fazer do Brasil um exemplo de internet inclusiva e de participação social.

O ministro reforçou que uma das metas do MC é elevar a velocidade da internet nas escolas públicas, que hoje é de 2 Megabits, para 80 Megabits até 2018. Além disso, nesse período o governo quer levar fibra óptica que garanta conexão de alta velocidade para 70% dos municípios brasileiros, onde vivem 95% da população.

Marco histórico

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o Marco Civil da Internet tem uma relevância histórica. “As leis são expressões de uma realidade que está posta, mas também determinam como as coisas devem ser e acontecer Há leis que são verdadeiros monumentos e influenciam uma época”, destacou.

Cardozo disse que hoje, no mundo da rede mundial de computadores, a necessidade de uma regulação que consolide valores, que estabeleça limites e garanta liberdade é indispensável não apenas para o Brasil, mas para o mundo. O ministro da Justiça agradeceu a parceria do Ministério das Comunicações nesse processo.

Para o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a busca por uma internet livre e aberta é cada vez mais relevante. “Não podemos permitir censura, nem que o interesse econômico seja mais importante que o interesse público.” Segundo ele, o marco civil é importante para fortalecer o caráter democrático da internet.

Debate público

O Marco Civil da Internet começou a ser elaborado em 2009 pelo Ministério da Justiça. O projeto foi encaminhado ao Congresso Nacional em 2011, tendo sido fruto de intensos debates e de um amplo processo participativo. A lei que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres dos usuários de internet foi sancionada em 2014.

No ano passado, teve início o processo de regulamentação do marco civil, com a primeira fase do debate público on-line com toda a sociedade. Durante a consulta, o Ministério da Justiça recebeu mais de 60 mil visitas à página e cerca de 1,2 mil comentários. Essas contribuições deram origem à minuta de decreto que será apresentada agora, na segunda fase do debate.

A proposta está dividida em 4 capítulos, com 20 artigos, em que constam os seguintes temas: Disposições Gerais; Neutralidade de Rede; Da proteção aos registros, aos dados pessoais e às comunicações privadas; Fiscalização e transparência. O participante da consulta poderá comentar em cada artigo, parágrafo, incisa e alínea do texto.




Deixe seu comentário

Os comentários do site Monólitos Post tem como objetivo promover o debate acerca dos assuntos tratados em cada reportagem.
O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade civil e penal do cadastrado.