Leia direito antes de apertar o play no processo de adjetivação irracional típico de quem comenta fatos políticos pela ótica da paixão de torcedor. O que se diz aqui não é que a fusão das pastas citadas seja mesmo um truque, mas sim que parece um. Nem se diz, também, que não vai dar certo. Pode dar. Devemos torcer que dê. São válidas, no entanto, algumas ponderações.
O prefeito eleito de Quixadá, Ilário Marques, anunciou que vai criar uma nova secretaria intitulada Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude. Esta terá como gestor o vereador Audênio Morais. O anúncio foi feito nesta segunda-feira,14, durante evento comemorativo no Distrito de Juatama.
A nova secretaria, como afirma o título desta matéria, parece não passar de um truque para esconder o óbvio: cultura não é esporte e, ao juntar tudo num saco só, o prefeito eleito aparenta minimizar a importância de cada uma destas áreas. Elas são áreas bastante amplas e complexas, que requerem atenção exclusiva, diferenciada, específica e direcionada.
Entendo que a fusão implica, antes de tudo, em decretar o fim da Fundação Cultural de Quixadá como entidade da administração indireta destinada específica e exclusivamente à promoção e defesa da cultura quixadaense.
A Fundação, segundo Audênio Morais revelou ao editor desta coluna, ganhará status de secretaria. Terá, no entanto, que dividir seus recursos com as demais áreas que a pasta, como secretaria, vai atender, a saber, com esporte e juventude. Não haverá mais, assim, nenhuma Fundação destinada exclusivamente à defesa e promoção da cultura quixadaense.
“Mas haverá uma secretaria para defender a Cultura”, alguém pode dizer. Sim, mas reitero: será uma secretaria dividida em sua atenção às demandas de cada uma destas três áreas. Isto requererá habilidade e muito jogo de cintura do futuro secretário. E, além disto, a escassez de recursos financeiros tende a tornar tudo ainda mais complicado. Não é difícil supor que haverá ocasiões em que a galera da cultura terá que ser sacrificada em favor da galera do esporte e vice e versa.
A ideia de que a fusão destas pastas gerará economia de recursos só é válida se for dito que uma delas deixará de existir ou que receberá menos atenção. Ambas as saídas para justificativa são lamentáveis.
Não obstante tais ponderações, resta-nos ainda compreender com mais clareza os termos de tal fusão que, convenhamos, foi anunciada sem maiores informações a respeito. É preciso ser transparente e deixar claro, antes de sair fundindo secretarias e acabando com entidades, de que formas isto realmente trará benefícios ao povo. No mais, é torcer para que o melhor aconteça.
Vale também lembrar que a ideia de fundir a cultura com outra pasta começou na gestão do ex-prefeito João da Sapataria. Na época a fusão não aconteceu porque pessoas ligadas à cultura e lideranças petistas fizeram grande pressão, inclusive na Câmara Municipal, para que o projeto não passasse. Ao que parece, porém, agora pode.
À parte de todas estas questões, a futura gestão chegará com uma grande vantagem: para ser considerada boa, precisará apenas ser ruim. Qualquer coisa que fizer já fará alguma diferença.
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Por Gooldemberg Saraiva
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Quanto veneno!!!
O fato desse portal ser parcial para mim e eu creio que para muitos não é novidade!
Longe de construir defesa a x e y. Porém, o que me preocupa é que vocês como opositores, sendo agentes importantes na democracia, deveriam acompanhar as ações administrativas e só posiciona-las depois de apurar fatos e principalmente resultados!
Que pode parecer estranho os argumentos aqui apresentados por parte do futuro prefeito, sim, eu concordo, mas isso só é fato e não resultado.