Quixadá: Cem dias de gestão, um governo impopular e perseguidor

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A valorização das pessoas, dos trabalhadores e dos servidores públicos demostra o cuidado dos gestores com seu município, porque são estes que, em grande parte, colaboram com a Economia local. Através de gestos simples um governo consegue mostrar que olha para seus munícipes. Em Canindé, por exemplo, a Prefeitura distribui repelentes para gestantes cadastradas no programa Bolsa Família. A ação, que atenderá quase mil grávidas, tem o intuito de combater o mosquito Aedes Aegypti. Em Mombaça, o prefeito, além de valorizar o professor, também se preocupa com os servidores da Secretaria Municipal de Saúde. O chefe do Executivo mombacense encaminhou à câmara de vereadores projeto de lei de incentivo financeiro aos agentes comunitários de endemias.

Em outros casos, as administrações municipais preferem tomar atitudes ditatórias, impositivas e imperativas, o que pode revelar uma personalidade do gestor antes de assumir o governo e outra no poder. Em Quixadá, por exemplo, o alcaide local, ainda nas eleições 2016, procurou demonstrar uma política baseada na paz, no amor e na unidade. Entretanto, durante os 100 dias de sua gestão é percebível que o slogan da campanha foi deixado de lado e a administração municipal demonstra não ter planejamento e a cada dia que passa se torna impopular. Não são poucas as ações que vão contra os anseios da população e elas foram tomadas bem antes do atual prefeito assumir, entre elas destaco a orientação para que os vereadores do seu partido votassem no aumento da taxa de iluminação pública. Atitude que dava a entender como seria o início da gestão. Aí você pode me perguntar: Ele era o prefeito? Ele estava no comando da Câmara? Não, mas era o presidente do PT na Terra dos Monólitos e os quatro vereadores da legenda votaram a favor do aumento. Quem se beneficiava com isso? Uma empresa que obtém altos lucros a cada ano. E os prejudicados? Os quixadaenses, os trabalhadores.

No início da nova gestão confesso que tive a esperança de ver a valorização das pessoas, sobretudo por saber que o chefe do Executivo é petista. Imaginei que ele estaria ao lado das pessoas mais simples e humildes, mas mais uma vez ele derruba outro slogan: o de governo justo. Como denominar-se justo se a Prefeitura enviou o Projeto de Lei 003/17, que suspende por 90 dias as gratificações dos fiscais de obras e serviços públicos para Câmara e foi aprovado? Como ser justo sendo do Partido dos Trabalhadores e tirar os direitos dos servidores, reduzindo os salários em quase 60%? Não há como defender um gestor que se diz justo e é contra o que seu partido defendeu durante sua história. 

Em fevereiro foi a vez dos aprovados no concurso para Prefeitura de Quixadá se decepcionarem. É que o chefe do Executivo anulou o certame, alegando que não foi feito um estudo do impacto financeiro, no entanto ele também não apresentou este estudo como prova de que o concurso deveria ser cancelado. Com isso afrontou o Ministério Público que havia ajuizado uma ação que pedia a concessão de liminar para proibir a administração de convocar e contratar servidores mediante contrato temporário. De acordo com os promotores de justiça, o município contava com 1.678 prestadores de serviços e 259 cargos comissionados. O concurso ofertava 754 vagas, número bem menor ao de prestadores de serviços, o que evidenciava a necessidade do município em contratar os aprovados no certame, porém anulação foi mantida. Na ocasião, o prefeito desdenhou e disse a uma emissora de rádio: “Quem é que vai se orgulhar de passar num concurso feito pelo João da Sapataria?”. Uma frase que é no mínimo estranha, pois o prefeito demonstra não respeitar os aprovados, tampouco sabe do esforço de cada um. Há ainda um detalhe que o gestor nunca levou em consideração: Todo o concurso foi acompanhado pelo Ministério Público do Estado. Ai neste caso, o prefeito, além de questionar a lisura do processo, também questiona a capacidade dos promotores que acompanharam todas as fases do concurso.

A Prefeitura de Quixadá tem mostrado intolerância e impaciência com algumas categorias. Quem não lembra da paralização dos taxistas por conta do estacionamento reservado aos taxis? A TV Monólitos publicou matéria, no dia 20/02, informando sobre o assunto. Na época, a administração municipal havia proibido a atuação de taxistas no Centro, transformando as vagas que pertenciam a estes profissionais em vagas para deficientes. O que causou revolta e indignação da classe que mantinha seu ponto de trabalho, há anos, naquele local. Inconformados, procuraram conversar com o secretário da pasta responsável pelo trânsito do município, Higo Carlos, no entanto não foram recebidos e obstruíram a Rua Basílio Pinto, como forma de protesto por não aceitarem a proibição imposta. Eles queriam saber por que a mudança foi realizada sem discussão prévia e planejamento, bem como sem nenhum apoio técnico de um profissional na área de Meio Ambiente. O governo municipal preferiu, no caso dos taxistas, ferir a norma instituída por ele mesmo, a Lei 2.537/2012, que no capítulo “Dos pontos de estacionamento”, no artigo 19, garante aos permissionários a situação atual de localização, informei à época.

“Eu fui agredido não foi só uma ou duas vezes não. Me chutaram, derrubaram”, foram estas as palavras do ambulante Zé Maria, que no início de abril foi agredido por guardas municipais. Quem também não lembra disso? O caso ganhou repercussão após um vídeo com as agressões sofridas pelo ambulante, que vendia banana no Centro da cidade, viralizar nas redes sociais e causar revolta. Em contraponto, surgiu, também nas redes sociais, um áudio onde uma pessoa se identificava como um dos guardas que abordou o vendedor. O guarda dizia que o negociante estava armado e havia ameaçado a fiscal da Prefeitura. Se o áudio citado for verdadeiro, faço as seguintes perguntas: Por que não filmaram as agressões sofridas pela fiscal? Por que o guarda que gravou um áudio não gravou um vídeo para relatar o fato? Quem é a fiscal que foi agredida? Onde estava a arma utilizada pelo vendedor?

Mas, acreditem, o seu Zé Maria não foi esquecido pelo Executivo quixadaense. É que na segunda-feira, 24, ele foi detido, teve sua mercadoria e carro apreendidos, tudo isso porque estacionou seu veículo próximo ao mercado público para comercializar espigas de milho. Céus! Será que eu estou inventando esta história? Será que é mentira o que eu estou dizendo? Queria eu não estar relatando mais este fato, no entanto a TV Monólitos, veiculou entrevista com o ambulante, onde ele relata que mais uma vez a Prefeitura usou dos serviços da polícia para um trabalhador. Sabe o que a polícia fez? Liberou o negociante, pois ele não havia cometido crime nenhum. Na entrevista citada, o vendedor diz que perguntou ao petista Higo Carlos se era perseguição, “será se é porque eu sou negro e pobre?”. 

Ao que parece, o fato acima relatado realmente denota perseguição, pois há outros ambulantes no local, bem como nas proximidades e nenhum deles foi retirado como o seu Zé Maria, que passa a ser um personagem que incomoda essa gestão. Incomoda tanto que, é alvo de áudio em redes sociais e, por comodismo da administração municipal, é tratado como caso de polícia.

Informo que o secretário Higo Carlos foi procurado por mim para contar a sua versão sobre os fatos ocorridos, entretanto ele queria que eu fosse até a secretaria. Eu não fui porque, se ele realmente tivesse interesse em responder às minhas perguntas faria como o titular da pasta de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Christian Quezado, me atenderia via e-mail. Deixo aqui meu agradecimento ao responsável pela Seduma.


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Por Franzé Cavalcante – Jornalista

Email:  monolitosquixada@gmail.com




Comentários

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  1. É como se tivéssemos apenas um Vereador na Câmara Municipal de Quixadá- CE, cujo eco é a palavra e o relato dos acontecimentos pelo Jornalista intimamente compreensível com a Questão Social vivida de forma perplexa pela População da Cidade e de outras Cidades que a isto presenciam.
    Sabemos que o relato do Jornalista reflete a opinião de todos os Vereadores. Mas, todos esses Vereadores são e estão em menor quantidade em relação ao número dos Vereadores que apoiam os atos do Prefeito. Assim, a Administração está apoiada nessa grande maioria de Vereadores. Assim, esses Vereadores em quantidade maior tem mais votos para manter o Prefeito da forma que queira administrar. A quantidade menor de Vereadores está em desvantagem em relação à quantidade maior de Vereadores.

  2. A prefeitura queria a mercadoria do vendendor para colocar na câmara municipal para eles comerem. Isso é pt kkkkk

  3. Parabéns ao repórter pela excelente matéria, afinal de contas alguém precisa esclarecer para o povo o que realmente está acontecendo, e não fazer igual a alguns jornalistas que só puxam o “saco” da atual administração.

  4. Abestalhado esse repórter desesperado

  5. abestalhado esse reporter desesperado.

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