Monólitos Post

O médico antes de assumir a direção do hospital (Foto: Facebook)

Nada como o tempo, o interesse político e um cargo para fazer com que as pessoas mudem de opinião. Em 2015, os quixadaenses, ainda no governo João da Sapataria, se uniram para lutar pela implantação do curso de Medicina em Quixadá. Á época os filhos da Terra dos Monólitos não tinham bandeira partidária, todos lutavam por uma causa, obviamente, nobre.

De lá para cá um fato fez com que algumas pessoas, que eram a favor da implantação do curso, não mais o quisessem: a mudança no comando da Prefeitura. As redes sociais estão ai para comprovar e é nela que podemos notar a radical mudança do diretor do Hospital Municipal Eudasio Barroso, Dr. Pontes Neto. O médico foi às ruas do município dizer “MEDICINA QUIXADA #estamos preparados#”, mas, no espaço de dois anos, o discurso mudou.

Pontes Neto, aliado do grupo liderado pelo prefeito Ilário Marques, anunciou em seu perfil no Facebook que agora se sente indiferente com o curso. De acordo com ele a “Nossa região do Sertão Central, hoje, não comportaria a instalação de um curso desse porte”.

Opinião do médico agora como diretor do hospital municipal (Foto: Facebook)

O que o fez mudar de opinião em dois anos? Será que o país e Quixadá mudaram tanto assim? Será se na época de João da Sapataria o setor da saúde era melhor do que o atual? Não, não é isso. O diretor do hospital não emite um pensamento que representa o seus anseios, mas sim de uma gestão que não aceita quando o benefício à população vem do adversário. É bom lembrar que o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o presidente Michel Temer são de partidos que fazem oposição ao prefeito.

Se o diretor do Hospital realmente externa o que pensa, estará, no mínimo, contra o juramento de Hipócrates, no qual o médico jura que não permitirá que “as concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes”.

O médico quixadaense esquece que a implantação do curso de Medicina, assim como o Carnaval por ele defendido, traz investimentos para o município, aquece o comércio local, aumentando os alugueis de casas, haverá aumento no consumo de alimentação, novas construções, entre diversos outros benefícios. Pontes Neto esquece também que o curso de Medicina fortalece toda região. Quixeramobim, por exemplo, por ter o Hospital Regional do Sertão Central, também terá benefícios, pois os alunos do curso poderão realizar a residência médica lá.

Bom lembrar que o curso de Medicina será implantado e mantido pela iniciativa privada, ou seja, não haverá custo nenhum para o poder público. Importante frisar que a instituição de ensino responsável pelo curso ainda não foi escolhida. Tanto poderá ser uma das faculdades já existentes no município, como outra vinda de Fortaleza, por exemplo. Os custos serão de uma delas. Onde estará à dificuldade financeira? Será que em todo Ceará não há um grupo empresarial da área da Educação que banque o curso?

Ao que parece os aliados do Chefe do Executivo local tentam alinhar o discurso. Além dos sites e blogueiros mantidos pelo prefeito, os cargos de confiança, que muitas vezes são mantidos por conta da troca de favores, também estão sendo obrigados a defender o que o petista defende.

Entre os discursos defendidos pela gestão está não apoiar as benfeitorias conseguidas pela oposição (fato citado anteriormente). Nesta hora o desenvolvimento de Quixadá e sua população são deixados de lado. Não dá para dizer aos eleitores que foi os opositores que lutaram pela implantação do curso de Medicina em Quixadá. Temem perder votos. Temem o reconhecimento dos quixadaenses, uma atitude que remete ao palanque político mantido pelo alcaide local e seus apoiadores. Enquanto houver esse pensamento mesquinho, o município é quem perde.