Há um pouco mais de um mês eu me afastei das redes sociais e dos grupos de conversas instantâneas. Estava bem decepcionado com a política, sobretudo a local, mas nas últimas semanas, analisando mais friamente os bastidores e os últimos acontecimentos, percebi que em Quixadá pode-se fazer diferente. Há uma grande chance tanto da oposição, como da atual administração de fazer e trazer benfeitorias para o município. Ganha os dois lados, ganha muito mais à população quixadaense.
Sozinho, a frase “Quixadá tem vocação para ser grande” povoa meus pensamentos e sentimentos. Sempre mencionada por um professor e amigo, que ao proferi-la remete ao potencial turístico, econômico e estrutural que temos, ela me faz ir além: A Terra dos Monólitos já é grande. Estamos entre os 10 maiores do Estado e somos o maior município do Sertão Central. Infelizmente, o que faz Quixadá ser pequeno é a politicagem.
É preciso mudar o pensamento de alguns políticos e deixar as negociações para um futuro melhor fluírem. Não dá para se fazer política valorizando apenas suas ações. Os dois lados representam os munícipes, seja no Executivo, seja no Legislativo e é bom lembrar que essas representações vão além dos espaços limítrofes. Os dois lados têm pessoas de grandes qualidades, acertam e também erram.
No passado não muito distante não havia uma oposição como há hoje, assim como também a administração municipal ganhou com alguns de seus membros. Aí volto a dizer, ganha os dois lados, ganha muito mais à população quixadaense.
A oposição tem feito seu papel: cobrar e fiscalizar. Seus passos têm feito com que o eleitor fique mais atento. É um ato de cidadania alertar seus conterrâneos, mostrando que eles precisam cobrar por serviços de saúde e de educação de qualidade, por exemplo. É dever do vereador prestar conta com o eleitorado, mostrando que acompanha e cobra o investimento do dinheiro dos impostos arrecadados. Um exemplo disso foi a licitação para o serviço de limpeza urbana que por seu valor exorbitante foi assunto no plenário da Câmara Municipal. Já a gestão não ficou parada e realizou a operação cidade limpa.
O Carnaval, por exemplo, precisava ser retomado pelo Poder Público e assim o foi. Entretanto, muitos dos que estão na Prefeitura tentaram criar um clima desagradável nas redes sociais, diziam que os opositores à gestão se mostrariam contra o evento. Deram com burros n’água. Ninguém em sã consciência é contra uma das maiores festas do país. A população precisa sim ter um calendário de eventos que a comtemple e a oposição sabe muito bem disso.
Quem acompanha as redes sociais percebeu que um simples anúncio da implantação do curso de Medicina em Quixadá, pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, na última quarta-feira (02), mexeu com os nervos de quem faz a gestão. É medo? De que? Quem ganha é o munícipio e não um lado ou outro. O curso trará investimentos e exigirá do atual e próximos prefeitos empenho para conseguir outros benefícios.
Outro fato que tem deixado o alcaide local e seus aliados preocupados é o crescimento político e pessoal de novas lideranças. O anúncio de Ricardo Silveira como novo superintendente da Fundação Nacional de Saúde – Funasa – foi motivo de críticas. Por quê? Qual o medo? Não é benéfico ter um quixadaense em uma instituição federal? No comando da instituição, o médico poderá influenciar novas conquistas para a Terra dos Monólitos.
Já está mais do que na hora dos aliados do prefeito saírem do palanque eleitoral e saber que a “briga” deve ser por quem consegue mais investimentos para Quixadá. Ao invés de criticar a nomeação de Ricardo poderiam cobrar dos nossos dois deputados mais comprometimento com o município. Eles precisam agir e solicitar ao governador obras estruturantes, bem como a conclusão de outras inacabadas, como a da Secretaria da Fazenda e do Hemoce.
Quanto à oposição, penso que, os quixadaenses podem ficar tranquilos, pois ao que parece ela continuará cobrando e fiscalizando as ações do Executivo. Já o prefeito e seus aliados precisam por em prática as promessas de campanha para que assim possamos comemorar, todos nós, o desenvolvimento de um dos municípios mais importante do estado.
Por Franzé Cavalcante – Jornalista
E-mail: monolitosquixada@gmail.com
