Destruindo a Cultura: Ilário Marques burla lei e reduz valor de ajuda mensal a integrantes da banda de música

- por
  • Compartilhe:

Banda de Música Municipal Mestre Nabor Crebillon de Sousa completará 50 anos de existência

As contas para geração de economia dos cofres do município realizada pela Prefeitura Municipal de Quixadá não batem ou tem dois pesos, duas medidas. Algumas ações do governo geram dúvidas, por exemplo, o prefeito Ilário Marques recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, através de um agravo de instrumento, para tentar manter o aumento de seu subsídio, do vice-prefeito, bem como dos secretários municipais, um “beneficio”, votado e aprovado pela Câmara de vereadores em 2016, ainda na gestão do prefeito interino, Welligton Xavier (Ci), mas que foi questionado pelo Ministério Público e barrado pelo desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes que negou a liminar em março de 2017. A ação pretendida pelo alcaide local iria aumentar os gastos do município em quase R$ 120 mil por ano.

Declaração para abertura de conta corrente para músicos

Por outro lado, a administração pública da Terra dos Monólitos procura reduzir os ganhos de quem menos recebe. Foi assim com os professores e está sendo assim com os integrantes da banda de música do município, de acordo com denúncia publicada no domingo (22) e nesta segunda-feira (23) no Portal Brasil Sonoro, especialista em partitura e música, criado em 2009. O administrador do site, Welligton Sousa, afirma que alguns músicos da banda o procuraram para informar que a Prefeitura de Quixadá burla a lei municipal 1465 de 21 de agosto de 1992, que em seu segundo artigo, diz que “o bolsista terá, como forma de estímulo, uma ajuda mensal da ordem de meio salário mínimo nacional”, ou seja R$ 468,50, mas o Executivo quixadaense ao invés disso, criou recentemente uma espécie de contrato tornando os músicos estagiários e recebendo uma bolsa de R$ 400, 00, valor menor do que reza a lei.

O site denunciou também que a mudança no valor foi uma imposição do prefeito, bem como da secretária de Educação, Josênia França, e que não houve qualquer alteração na lei com o crivo dos vereadores. “A urgência da secretaria foi tanta, que quem não conseguiu ir ao banco a tempo, não teve como receber naquele mês e ficou com o mês perdido”, relatou ao portal Brasil Sonoro um dos integrantes do grupo.

Recibo de pagamento de salário dos músicos

A atitude, com o tempo, pode levar ao esvaziamento da banda, pois o novo contrato imposto pela prefeitura não garante o estimulo sugerido pela lei sancionada pelo então prefeito Francisco Mesquita. Além disso, o atual gestor do município poderá a qualquer momento, já que implantou uma bolsa a seu bel prazer, acabar com a banda de música do município. A gestão municipal nega e diz que o fato noticiado pelo portal é uma fake news (notícia falsa), pois o que pretende é criar uma escola de música e uma orquestra sinfônica.

O administrador do portal que denuncia a prefeitura contesta a intenção da criação de uma orquestra pela Prefeitura. “O que o prefeito dá é uma desculpa genérica, ele quer sair pela tangente, se esquivar de responder o porque da redução da bolsa dos músicos. Ainda bem que ele admite que não é um especialista da área porque se fosse, saberia que o custo de uma orquestra sinfônica é bem maior do que de uma banda. A criação de uma orquestra não precisa estar atrelada à uma Banda de Música, dado que, uma orquestra também é um conjunto instrumental e os músicos que lá tocam também precisam ser iniciados nos instrumentos de cordas. Instrumentos esses que também precisam de constante manutenção, que sofrerão com o clima de Quixadá, assim precisarão ser trocados periodicamente e que têm um grau de dificuldade de aprendizado maior e por isso levarão mais tempo para a formação de músicos aptos a tocar. Há também a questão das bolsas de incentivo. Já que a banda “recebe”, a orquestra também deveria receber. Assim, se constituindo em mais um gasto elevado, uma vez que uma orquestra sinfônica precisa ter, pelo menos, 60 músicos”, disse Welligton Sousa.

Para se ter uma ideia, no próximo ano a Banda de Música Municipal Mestre Nabor Crebillon de Sousa completará 50 anos de existência, já que foi fundada em 24 de março de 1968, razão pela qual merecia ser reconhecida e valorizada pelo poder público ao invés de desprezada. Submeter um trabalhador ao corte arbitrário de salário já é degradante, agora imagine reduzir salário mesmo quando existe lei dispondo em contrário, além de degradante é impor ao servidor, mediante o autoritarismo e prepotência, ao famigerado regime de escravidão.




Deixe seu comentário

Os comentários do site Monólitos Post tem como objetivo promover o debate acerca dos assuntos tratados em cada reportagem.
O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade civil e penal do cadastrado.