Monólitos Post

Capenga é um adjetivo empregado como uma expressão negativa para se referir aquilo que é ruim, incompleto e imperfeito. Este termo reflete muito bem o caminho da atual gestão de Quixadá. A falta de planejamento e de organização são as principais marca da administração municipal. Na tentativa de amenizar o desgaste que a sua gestão tem sofrido por causa do fracasso administrativo, o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), cogita trocar os secretários responsáveis pelo fiasco da atual administração municipal durante o exercício de 2017. Mas há que diga que as possíveis exonerações têm a ver com a própria postura de Ilário que insiste em nomear secretários inoperantes e, simplesmente, para obedecerem suas ordens, ou seja, esse é o principal critério para ser secretário do prefeito, invés da escolha por reconhecimento da competência e da habilidade técnica.

Informações repassadas ao Monólitos Post, por uma fonte da própria gestão, dão conta de que o prefeito Ilário Marques e alguns secretários do município demonstram descontentamento mútuo. Se por um lado o alcaide local acha os titulares das secretarias ineficientes, por outro, sua equipe o avalia como centralizador demais.

O secretariado municipal não tem conseguido realizar as ações prometidas na campanha passada pelo atual chefe do Executivo quixadaense. A falta de planejamento, desorganização e a ausência de realização de grandes obras, bem como ações inoperantes tem dado uma cara à municipalidade: A imagem de uma administração capenga, cambaleante e sem rumo.

Tendo em vista o cenário, as brigas de ego e o estilo ditatorial com o qual o prefeito trata seus subordinados, alguns secretários podem perder a titularidade de suas pastas ou entregar os cargos à disposição da Prefeitura. As trocas ainda não aconteceram por que Ilário não quer ser comparado com seu antecessor, João da Sapataria, que mudou de secretários várias vezes. Contudo, ainda segundo informações repassadas a nossa redação, mesmo com receio da comparação, até janeiro o prefeito deverá realizar a troca no comando de várias secretarias.

Não há como acobertar o notável insucesso, tendo em vista que a marca da atual gestão tem sido a ineficiência dos serviços públicos que são ofertados. Atividades essenciais como saúde e educação não caminham e não existe qualquer mudança com relação às gestões anteriores. Aliás, alguns pontos até pioraram, pois pela primeira vez as aulas iniciaram somente em março, de forma atrasada, desplanejada e sem a regularização do transporte escolar. Postos de saúde ainda sentem a falta de médicos e dos medicamentos e materiais básicos para funcionamento. Aprovados no concurso público de 2016 foram trocados por contratos temporários. Servidores públicos foram perseguidos; o nepotismo foi chancelado; a lei foi descumprida com limite de gasto com pessoal ultrapassado e a licitação do transporte escolar foi parar na Justiça por denúncia de favorecimento ilícito no certame.

O certo é que o clima ruim e de insatisfação já toma conta da população quixadaense, que já consumiu a sua paciência em esperar uma gestão competente no município. Na verdade, nem o básico a gestão consegue implementar, pois até professores temporários ganhando abaixo do piso nacional e com salário cortado se vê neste município. Com relação ao desenvolvimento urbano, por exemplo, com quase um ano de gestão, não há qualquer vestígio de serviço prestado a coletividade na referida área. Aliás, o que ainda se nota é a vergonhosa ausência de saneamento básico em determinados bairros, fato que lamentavelmente aumentam o risco de doenças causadas pela falta de tratamento de esgoto, que é um grave problema de saúde pública. Outros setores também estão capengando, a agricultura por exemplo nada foi realizado para amenizar o problema de abastecimento de água na zona rural. O desenvolvimento econômico não existe em Quixadá, pelo contrário, não foi planejado sequer um projeto básico na tentativa de desenvolver o município através da geração de emprego e renda. O esporte ainda não existiu neste ano. Observa-se que existe uma completa falta de planejamento e sintonia nas ações da administração municipal.

No entanto, tal descaso com a Administração Pública não deveria está ocorrendo, visto que o prefeito e os secretários municipais de Quixadá são os mais bem remunerados da história deste município, pois recebem excelentes salários dos cofres públicos, ressaltando-se, inclusive, que tramita uma ação judicial na comarca local questionando o abusivo aumento do salário deles, que foi estabelecido pela Lei Municipal nº 2.844/2016, situação esta que só comprova da falta de eficiência dos atuais gestores da Prefeitura Municipal de Quixadá.