Polícia prende trio que se passava por policiais federais para praticar roubos milionários no Ceará

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Quatro armas de fogo, entre elas um fuzil AK 47, e as prisões de três integrantes de um grupo interestadual, suspeito de utilizar uniformes da Polícia Federal (PF) para cometer assaltos. Este foi o balanço de uma investigação desenvolvida pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), por meio da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em Fortaleza. Conforme o delegado Osmar Berto, que presidiu os trabalhos policiais, além da suspeita de envolvimento em ataques a instituições financeiras, há indícios que o trio se disfarçava de policiais federais para a prática de roubos no Ceará e em outros Estados. Entre as ações criminosas, que os homens são suspeitos de terem participado, está um assalto milionário ocorrido no ano de 2017, na Avenida Beira Mar. A divulgação do trabalho ocorreu na tarde desta quarta-feira (31), na sede do Complexo de Delegacias Especializadas (Code).

De posse das informações acerca da localização de Francisco Junior Vieira, 48 anos, com passagens por furto e receptação, além de ser foragido da Justiça, que residia no bairro Prefeito José Walter, os policiais civis diligenciaram até as proximidades de um estabelecimento comercial da região, onde o visualizaram. Rapidamente, os profissionais de segurança abordaram Júnior, que apresentou uma cédula de identidade, na qual a partir de levantamentos, foi constatada que se tratava de uma documentação falsa. O suspeito recebeu voz de prisão e as equipes seguiram até a residência do autuado, onde foi apreendido um fuzil de alto poder destrutivo – um AK 47 de calibre 7.62, contendo um carregador com 21 munições. Ainda na propriedade, foram encontrados vários fardamentos, distintivos, malotes falsos com a descrição “Polícia Federal”, além de um mandado de busca e apreensão domiciliar falsificados. 

Com os indícios colhidos na primeira abordagem, a DRF seguiu para um segundo imóvel, no bairro Paupina, onde estavam mais dois suspeitos identificados por Flávio Nunes do Vale (43) e Francisco Vanderlane França de Freitas, 36 anos; ambos sem antecedentes. Com uma revista minuciosa, a Polícia Civil apreendeu duas armas de fogo, no interior de um veículo de modelo Fiat Vivace de cor vermelha, com as placas do Estado do Piauí. As duas pistolas municiadas, calibres .40 e 9 milímetros, se encontravam sob um fundo falso no painel do carro. Posteriormente, os profissionais de segurança seguiram para a terceira casa, na qual pertencia a Flávio Nunes. No imóvel, situado também na Paupina, foi encontrado um revólver calibre 38. O armamento ilícito estava sob um colchão e com seis munições intactas.

De acordo com Osmar Berto, há suspeitas que o trio tenha envolvimento no roubo milionário, ocorrido na Praia de Iracema, em setembro do ano passado. Na ocasião, suspeitos trajando roupas da Polícia Federal entraram em um condomínio, onde anunciaram um assalto contra moradores e funcionários de um dos apartamentos. Após trancar as pessoas nos banheiros do local, os criminosos roubaram valores milionários, entre dinheiro em espécie e cheques, além de relógios e outros bens. Um revólver calibre .357, registrado, também foi levado pelos suspeitos, que empreenderam fuga. Durante o fato, os infratores deixaram um mandado de busca e apreensão falso no local de crime, material que foi apreendido pelas equipes policiais. 

Uma ação criminosa semelhante, na qual o trio também é investigado, ocorreu em Parnaíba, no Piauí, no mês de outubro também de 2017. Homens armados e com uniformes da PF entraram em uma residência sob o argumento de cumprirem um mandado de busca e apreensão por conta de uma suposta sonegação fiscal por parte das vítimas. Os homens encapuzados roubaram em torno de R$ 360 mil em dinheiro e jóias.
Júnior, Flávio e Vanderlane foram conduzidos para a sede da DRF, onde foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e na lei das organizações criminosas. As investigações acerca da participação dos homens em outros crimes permanecem em andamento.  




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