Após prisão do genro, consórcio de saúde que era comandado pelo prefeito de Quixadá vira alvo do MP

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Os consórcios públicos de saúde do estado do Ceará são alvos de investigação do Ministério Público. De acordo com reportagem do Jornal O Povo, o órgão já faz diligências nos equipamentos desde a semana passada. Já o Tribunal de Contas do Estado – TCE, apurou que em todas as prestações de contas dos consórcios continham algum tipo de irregularidade.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) enviará ao MPCE o resultado de auditorias em mais cinco consórcios, entre eles os de Itapipoca, Quixadá, Ibiapina, Canindé e Crato. Até o momento, 10 autarquias são as primeiras a serem investigadas pelos órgãos fiscalizadores, entretanto o órgão ministerial apura se houve irregularidades nos contratos das 21 entidades que administram policlínicas e Centro de Especialidades Odontológicas (CEOs).

O consórcio de saúde do Sertão Central, até o ano passado, era presidido pelo prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), que nomeou o genro como diretor executivo da instituição. A indicação de um familiar para direção do consórcio fez com que o alcaide e o genro, Milton Xavier Dias Neto, vulgo Neto Dias, virassem alvo de investigação do Ministério Público por improbidade administrativa, mais uma das várias ações que o órgão abriu contra os dois.

Os prefeitos que presidem os consórcios têm utilizado os aparelhos em benefícios próprios, deixando os critérios técnicos de lado e empregando parentes e aliados nos equipamentos. Ao assumir a Sesa, o titular da pasta, o médico Cabeto, vetou a contratação de apadrinhados políticos, exigindo que a contratação de profissionais que trabalham e dirigem os equipamentos de saúde sejam realizadas por critérios, exclusivamente, técnicos, o que gerou desconforto entre os gestores municipais e o Governo Estadual.

A mudança nas normas para ocupação de cargos nos consórcios, levaram os prefeitos a procurarem o governador para flexibilização nas regras de contratação, mas, de acordo com o secretário de saúde do estado, o assunto é inegociável.

Em Quixadá, as contratações por indicação política, mancharam a imagem do consórcio. Primeiro, porque ao presidir o consórcio do Sertão Central, Ilário Marques nomeou o genro e, segundo, porque além da ação aberta por nepotismo, o Ministério Público prendeu Neto Dias na operação “Casa de Palha”. Os promotores investigam a participação dele em um grupo criminoso que comandava fraudes em licitações no Executivo e no Legislativo quixadaense. Após a sua prisão, o atual presidente do consórcio, Franzé Carneiro, exonerou o genro do petista.




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