A Prefeitura de Quixadá tenta organizar o comércio e as ruas da cidade, mas as ações de fiscalização são seletivas e de perseguição as pessoas que mais precisam. Diversos são os relatos de perseguição a quem tem no comércio ambulante sua fonte de renda.
Nesse domingo (4), um vendedor de redes só não teve suas mercadorias tomadas pelos fiscais da prefeitura, porque algumas pessoas conversaram e impediram que os agentes do Executivo levassem o produto do ambulante.
O estudante de Odontologia, Fábio Lima, filmou o exato momento em que o vendedor de redes é perseguido pelos fiscais e que chamaram a polícia para o homem que está ali para garantir o sustento de sua família. “Ou ele sai daqui ou eles tomam a mercadoria dele”, diz o cinegrafista amador.
O vendedor ambulante estava realizando a venda de suas mercadorias próximo a praça da estação, em um terreno do governo federal, que é possível ver que é usado como estacionamento para caminhões e que não foram retirados do local, uma clara demonstração de que a Prefeitura persegue um trabalhador, mas não foi atrás do empresário que usa o terreno para “guardar” seus veículos. “Eles alegam que estão cuidando da área federal, mas como é que eles estão cuidando de uma área federal, se eles não cuidam nem dos prédios públicos?”, indagou Lima.
Vale destacar que os agentes de fiscalização estavam em serviço, cumprindo ordens. Ao mesmo tempo, os quixadaenses têm questionado a postura da administração pública de Quixadá em fiscalizar apenas os mais pobres. Ao que parece, o prefeito Ilário Marques (PT) protege alguns comerciantes e empresários, que durante à noite ocupam o espaço público como se fosse seu. Um exemplo é o restaurante da filha de um dos secretários da gestão, que utiliza a calçada para colocar suas mesas. Por que comércios como o dela não são fiscalizados?
A postura da prefeitura em perseguir o trabalhador tem causado indignação. Vários quixadaenses se revoltaram com o prefeito, após o vídeo de perseguição ao vendedor de rede viralizar em ferramentas como o Whatsapp. Fabio Lima, que gravou o vídeo, usando a hastag “Crueldade”, disse em seu perfil no Facebook que “enquanto trabalhadores de Quixadá tentam ganhar o sustento realizando suas vendas, em pleno domingo, agentes da prefeitura iniciam as perseguições a mando da gestão, em busca de mais impostos”.