Sessões da Câmara Municipal de Quixadá poderão ser presididas de dentro da cadeia

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Na data de hoje, 24 de setembro, completa 150 dias de afastamento de Ivan Construções (PT) das funções de Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Quixadá. A referida decisão foi decretada pelo juiz da 3ª Vara desta comarca, em decorrência da operação policial “Casa de Palha”, coordenada pelo Ministério Público, com objetivo de investigar um grave esquema de corrupção em que Ivan é acusado de executar obras neste município, utilizando-se de interpostas “empresas laranjas”.

Na ocasião, o presidente do Legislativo teve a sua prisão preventiva decretada em razão da gravidade dos fatos apontados, encontrando-se na cadeia até a presente data. Segundo o Ministério Público, somente uma das empresas de fachada, a Construtora Salles e Araújo LTDA-ME, se sagrou vencedora em 07 (sete) procedimentos licitatórios em contratações com o Município de Quixadá. Em razão disso, o MP já deu início a pelo menos seis ações penais contra Ivan e outras pessoas envolvidas no esquema de desvio de verba da prefeitura.

O grande problema é que o prazo de 180 dias fixado pela Justiça, quanto ao afastamento de Ivan, se esgota no próximo mês, porém até o presente momento não há decisão judicial revogando a sua prisão preventiva. Na prática se presume que, caso não ocorra uma nova decisão prorrogando o prazo do seu afastamento, a Câmara Municipal terá um presidente com direito de retornar ao exercício das funções, mas de dentro da prisão. Explicando melhor, Ivan Construções poderá presidir as sessões da câmara direto do presídio, caso não sobrevenha nova decisão da Justiça sobre o caso.

Na verdade, o imbróglio já se tornou motivo de escândalo desde a prisão do Presidente da Câmara, uma vez que os vereadores de situação juntamente com o presidente interino, Dênis Dutra (PT), sempre procuraram blindar Ivan para evitar a sua cassação pelo Poder Legislativo, mantendo-o como presidente mesmo preso e diante de acusações gravíssimas. Por essa ótica, a Câmara deixou de ser fiscalizadora e de defender os interesses do povo para se tornar cúmplice das ações de Ivan e defender os interesses do prefeito, já que se posicionaram contra ao requerimento dos parlamentares de oposição para cassar o presidente preso.

A situação é tão grave que certamente se tornará escândalo nacional, pois as provas apresentadas pelo Ministério Público são robustas e ainda tem investigação em andamento. Para se ter uma ideia, de acordo com a acusação, em uma conversa telefônica interceptada, Ivan Construções mantém diálogo com Almeida (ex chefe de gabinete da câmara), onde questiona se foi possível “tirar algo” de algum serviço de ar condicionado, ocasião em que o interlocutor responde que “falta o IVAN BENÍCIO assinar para depois a gente dividir”.

Por um momento, até pensamos que tudo não passa de um filme de ação ou terror, porém o que estamos vendo na Câmara e Prefeitura deste município é real e revoltante. Como se não bastasse, com a operação “casa de palha” veio a tona até que Ivan sugeriu um homicídio para encobrir ilícitos. Conforme a investigação, em determinada conversa telefônica foi flagrada a seguinte conversa: “GUTO pergunta a IVAN se ele está na Câmara e se vai ter sessão. IVAN diz a GUTO que não vai pra sessão porque eles vão querer que ele assine o afastamento do ILÁRIO e ele não vai assinar (“rapaz eu não vou não…porque negócio ai dessa operação né eles estão me procurando para mim assinar o afastamento do ilário; HNI pergunta pra IVAN o que foi que houve; IVAN diz que é o negócio do “fela da puta” do cara do carro do lixo. ILÁRIO já era para ter mandado era MATAR AQUELE filho de uma égua.”

Pelo visto, esse é modo petista de administrar Quixadá. Só resta a população torcer para que a Justiça não demore com a apresentação de novos desdobramentos relativamente aos esquemas criminosos implantados nos poderes Executivo e Legislativo, conforme já revelado com as operações “Fiel da Balança” e “Casa de Palha”, antes que seja tarde demais e as cicatrizes fiquem para sempre.




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