EXCLUSIVO: “É comum fornecer documentos falsos no gabinete” diz assessora de Osmar Baquit em depoimento ao Ministério Público

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Ilário Marques, Osmar Baquit e Ivan Costruções. Os três são investigados pelo Ministério Público

Desde agosto de 2018 que os políticos de Quixadá não saem das páginas policiais dos principais site do Ceará. Naquela ocasião foi desencadeada a operação “Fiel da Balança”. De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), recebia propina da empresa que realiza o serviço de limpeza urbana no município. Ainda segundo o órgão, o empresário delator do esquema forneceu vários documentos atestando que havia falsificação de relatórios para que o gestor pudesse receber mensalmente o dinheiro desviado dos cofres do município.

Em seguida, em abril deste ano, mais uma operação do MPCE mirou em políticos e autoridades da Terra dos Monólitos. A operação “Casa de Palha” culminou na prisão do presidente da Câmara Municipal, Ivan Construções (PT), do genro de Ilário Marques, de funcionários públicos e empresários. A nova operação investiga a existência de crimes de fraude em licitações, dentre outros ilícitos, na Prefeitura e na Câmara Municipal.

O desenrolar das operações revelaram a existência de um grupo que tenta se apoderar do patrimônio público. Além disso, mostrou que outros políticos tiveram seus nomes envolvidos.

Numa peça encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça, o procurador-geral de Justiça Dr. Plácido Barroso Rios, revelou que uma das interceptações telefônicas mostra que o gabinete do deputado estadual Osmar Baquit forneceu documento falso para que Ivan Construções (PT) pudesse receber dinheiro da Câmara Municipal de Quixadá.

Em depoimento ao Ministério Público, uma assessora de Baquit disse que sempre forneceu documentos falsos para que vereadores pudessem receber dinheiro público através de diárias. “Era comum fornecer certidões apenas “confiando” na palavra da pessoa que solicitava a declaração, sem qualquer checagem acerca da veracidade da informação”, disse aos promotores.

O deputado Osmar Baquit tem como uma das suas principais características apoiar e receber o apoio de pessoas que são investigadas pela polícia ou pelo Ministério Público. Foi assim na gestão anterior que, também, foi alvo de investigação do órgão e, na época, recebia o apoio irrestrito do parlamentar. É assim agora quando o prefeito foi afastado e continua investigado, o presidente da Câmara está preso e com várias denúncias de corrupção, e Baquit continua apoiando incondicionalmente todos os atos de seus correligionários.

Outros crimes

Osmar Baquit também é investigado pelo Ministério Público. Um processo, que tramita em segredo no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, onde o MPCE denunciou o parlamentar como sendo o mandante dos atentados a duas emissoras de rádio em Quixadá. Até o momento, quase sete anos depois, a justiça ainda não se pronunciou sobre o caso.

Um dos denunciados neste processo chegou a ser preso. Wagner Bezerra Rodrigues, conhecido como Wagner do Marcondes, foi assassinado poucos anos depois. Até hoje a Polícia Civil não conseguiu elucidar o crime. Já o Ministério Público investiga a participação de políticos da Terra dos Monólitos neste homicídio. E os quixadaenses esperam uma resposta para saber se seus políticos estão envolvidos até em crime de morte.

Nos últimos anos, Quixadá vem sofrendo com o papel desempenhado por seus principais políticos. A Terra dos Monólitos tem o deputado, o prefeito e o presidente da Câmara como alvo de ações do Ministério Público. Atualmente os três são aliados, o que deveria significar desenvolvimento para o município, mas a prisão do presidente da Câmara demostra que estes políticos tratam a coisa pública como se fosse sua, desrespeitando a justiça e pouco se importando em trazer benefícios para a população, sobretudo a mais carente, que agoniza com a falta de serviços na saúde, educação e diversas outras áreas que estão estagnadas desde que os três políticos se uniram.

Abaixo você pode conferir a denúncia completa do Ministério Público envolvendo o gabinete de Osmar Baquit.




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