Fatores que levaram o Fortaleza à disputa da Copa Sul-Americana de 2020

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Poucos clubes de futebol no Brasil tiveram uma trajetória tão notável quanto à do Fortaleza nos últimos dez anos. Em 2010, a equipe disputava a Série C do Brasileirão, e foram necessários oito anos para conquistar novamente o acesso à segunda divisão nacional. Em compensação, logo no ano de seu retorno à Série B, o clube conquistou a classificação à Série A.

A lógica determinaria que o Leão do Pici, por ser uma equipe recém-promovida da segunda divisão, fosse um dos favoritos ao rebaixamento na Série A de 2019 – até porque foram 13 anos longe da elite nacional. Assim, muitos se surpreenderam quando o clube terminou a competição em 9º lugar, apenas uma posição abaixo da zona de classificação para a Pré-Libertadores deste ano.

A estreia do Leão do Pici em competições internacionais

Apesar de a classificação à Libertadores não ter sido alcançada, o 9º lugar na Série A foi o suficiente para que o Fortaleza participasse neste ano, pela primeira vez em sua história, de uma competição internacional: a Copa Sul-Americana. O adversário do Leão em sua estreia foi nada menos do que o clube argentino Independiente, o maior campeão da história da Copa Libertadores da América.

Depois de perder por 1 x 0 no jogo de ida, na Argentina, o Tricolor vencia o jogo de volta em Fortaleza por 2 x 0 até os 47 minutos do segundo tempo, quando um gol contra deixou em 2 x 2 o placar agregado do confronto. Com isso, graças à regra do gol marcado fora de casa, o Independiente se classificou à segunda fase da competição.

Naquele momento, a equipe cearense era tão pouco conhecida a nível internacional que mesmo uma vitória na Arena Castelão era considerada uma aposta arriscada para os prognosticadores profissionais. Por exemplo, a plataforma de aposta esportiva da Betway oferecia um retorno de 2.2 para qualquer resultado positivo do Leão em casa, independentemente de se classificar ou não à fase seguinte. E isso mesmo levando em conta as diversas chances que a equipe brasileira havia tido no jogo de ida, em Avellaneda.

Por outro lado, uma pessoa que àquela altura certamente já tinha conhecimento a respeito da equipe cearense era o bilionário russo Ivan Savvidis. Um dos homens mais ricos da Rússia, Savvidis vem abertamente expressando interesse em adquirir o Fortaleza, que, a seu ver, seria o clube brasileiro com mais chances de se tornar autossustentável. À primeira vista, tal declaração pode parecer um exagero, mas veremos abaixo alguns fatores que dão suporte a essa ideia.

O que possibilitou a ascensão do Fortaleza

Antes de tudo, cabe dizer que a análise de Savvidis partiu de um estudo dele próprio, que já é dono de um outro clube de futebol: o PAOK Salônica, atual campeão grego depois de um jejum de 34 anos. Não seria, portanto, nenhuma loucura ver Ivan comprando também o Fortaleza, visto que a família Savvidis detém uma fortuna que, segundo a Forbes, é estimada em R$ 8,62 bilhões.

Savvidis certamente vem reconhecendo os frutos do trabalho do ex-presidente Luis Eduardo Girão e do atual presidente, Marcelo Paz. Desde 2017 o Fortaleza não atrasa salários, o que não é pouca coisa para uma equipe do Nordeste em busca de afirmação na tão disputada Série A do Brasileirão.

Outro fator a ser mencionado é a chegada de Rogério Ceni como técnico, que também ocorreu em 2017. É tão grande a confiança que a diretoria tem em Ceni que o atual treinador foi um dos principais articuladores por trás da construção de um moderno centro de treinamento no que antes era o antigo Estádio Alcides Santos, que passará a se chamar Centro de Excelência Alcides Santos.Rogério Ceni também foi determinante para a contratação, nesta temporada, do atacante David, ex-Cruzeiro. Para tê-lo, o Leão desembolsou R$ 5 milhões, a maior contratação da história do Fortaleza até aqui. Mesmo alguns clubes mais tradicionais do Brasil não teriam no momento condições de realizar um investimento como esse, o que talvez seja a principal evidência de que o Fortaleza pretende passar um período de tempo muito maior na Série A do que das outras vezes.

Rogério Ceni também foi determinante para a contratação, nesta temporada, do atacante David, ex-Cruzeiro. Para tê-lo, o Leão desembolsou R$ 5 milhões, a maior contratação da história do Fortaleza até aqui. Mesmo alguns clubes mais tradicionais do Brasil não teriam no momento condições de realizar um investimento como esse, o que talvez seja a principal evidência de que o Fortaleza pretende passar um período de tempo muito maior na Série A do que das outras vezes.




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