O Monólitos Post teve acesso, com exclusividade, a um documento da justiça referente à “Operação Casa de Palha”, que investiga crime de corrupção nos poderes Legislativo e Executivo de Quixadá. No documento, o Ministério Público transcreveu um trecho de uma interceptação telefônica com autorização judicial em que foi flagrada uma conversa com o presidente da Câmara Ivan Construções (PT), que está afastado das suas funções em consequência dessa investigação.
Na conversa interceptada, Ivan conversa com uma pessoa identificada por Naiara, com o seguinte teor: “IVAN pede a NAIARA o número do telefone de DODÔ; NAIARA passa o número do DODÔ (CONSTRUTOR) 088 996532184; IVAN pergunta pra NAIARA se ela já arrumou a mala; NAIARA diz para IVAN que ela deu foi o rapa; IVAN pergunta se NAIARA pegou tudo e saiu fora; NAIARA diz pra IVAN que foi tudo e que não ficou nada nem pra contar história”.
A interceptação telefônica demonstra que o ex-presidente planejou a aquisição de uma mala para esconder objetos que, até o momento, não se sabe ao certo do que se trata. Pelo diálogo revelado, algumas suposições são certas: não era pouca coisa, pois precisaram de uma mala para fazer o “rapa”; era algo que ninguém poderia saber, já que a própria gravação revela que pegaram tudo e saíram fora, e que os objetos, documentos ou valores poderiam incriminar gravemente integrantes da atual gestão porque, na conversa, parecem comemorar ao utilizarem a frase: “não ficou nada nem para contar história”.
A “Casa de Palha” já é considerada uma das maiores operações de combate ao desvio de dinheiro público no Estado do Ceará. As investigações tiveram início em 2018. Como consequência, o Ministério Público já apresentou várias denúncias criminais à justiça. No curso da investigação, agentes públicos e empresários foram presos e afastados do serviço público, entre elas o genro de Ilário Marques e o presidente do Legislativo, Ivan Construções. Um detalhe é que as investigações ainda estão em andamento, considerando a gravidade e a complexidade do caso.
O certo mesmo é que as operações “Casa de Palha” e a “Fiel da balança” puseram a nu a gestão petista. A investigação, que trata de corrupção no Legislativo e no Executivo, expôs para a população a existência de uma grande teia criminosa especializada em desviar dinheiro dos cofres públicos. Um “Mapa da Propina” foi apresentado pelo Ministério Público em um dos processos. A atual gestão completará em dezembro 16 anos no comando da prefeitura municipal, indicando que o esquema descoberto agora pode ter sido aplicado em todas as gestões do PT de Quixadá.
Portanto, se por um lado os integrantes da atual gestão comemoram dizendo que “não ficou nada nem para contar história”, por outro, levando-se em conta que as investigações das operações ainda estão em curso, certamente os quixadaenses ainda terão muita história para contar.
