Os profissionais médicos da Unidade de Pronto Atendimento de Quixadá, 
município do Sertão Central cearense, resolveram deixar de atender no período noturno. A decisão ocorreu em virtude de atrasos no pagamento dos salários. Há dois meses a Prefeitura Municipal não deposita os proventos dos trabalhadores daquela unidade de saúde.
Conversamos com duas profissionais que atuam na UPA de Quixadá. As profissionais, que solicitaram que seus nomes não fossem mencionados, lamentaram que informações desencontradas sobre a situação possam convencer os cidadãos a não procurarem o necessário auxílio médico naquela unidade, porém, não negaram a situação de greve no turno da noite.
Nesta quarta-feira, 30, a situação salarial de toda a pasta da saúde foi resolvida, exceto a dos profissionais ligados à UPA 24 horas. Isto teria sido a gota d’água para os médicos, que determinaram não mais atender até que a situação seja regularizada. De acordo com as profissionais que nos repassaram as informações, também não é verdade que os médicos tenham estabelecido algum tipo de prazo, mas também não negaram que os profissionais médicos tenham intenções de pedir demissão.
“Sim, eles estão com vontade de pedir demissão, afinal, quem é que gosta de trabalhar sem receber? Mas que eu saiba não estabeleceram nenhum prazo para isso. Eles simplesmente não atenderão mais nos turnos da noite até que os pagamentos sejam efetuados”, comentou uma funcionária ao Monólitos Post.
Como já dito, o atraso nos salários não atinge somente os médicos, mas todos os profissionais da UPA de Quixadá, a maioria dos quais não possui o mesmo poder de mobilização dos médicos.
A situação da UPA de Quixadá é grave. Além da greve no período noturno, faltam medicamentos e materiais hospitalares básicos. O equipamento transformou-se numa vergonha para o governo estadual, que a inaugurou com promessas de grandes melhorias para a região. A situação é simbólica, também, do colapso administrativo experimentado pela confusa gestão do prefeito João Hudson Bezerra.
