Castanhão provoca ‘cheia’ no Rio Jaguaribe

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A canoa está de volta em algumas áreas do Rio Jaguaribe, onde águas do Açude Castanhão já provocaram cheia.

Têm obras que só funcionam a contento enquanto não se vê muita água. Rios cheios e as chuvas de pré-estação são suficientes para comprometer rodovias e estradas que ligam comunidades e cidades do Ceará. Mas foi só abrirem as comportas do Castanhão que o que estava cheio ficou “abarrotado”. Dois dias após a abertura de quatro comportas da barragem, já não se atravessa pela ponte que liga Limoeiro a Tabuleiro do Norte a não ser de canoa. Em outras localidades, as estivas começam a ser comprometidas pela “fúria” das águas do Rio Jaguaribe. São os primeiros estragos de 2010 pelas águas jaguaribanas.

TRAVESSIA NA PASSAGEM MOLHADA da CE-267, entre Limoeiro e Tabuleiro, foi interditada após aumento das águas do Jaguaribe, causada pelas comportas abertas do Castanhão.

Não há coletes salva-vidas. E quem tem mais coragem do que os que entram na embarcação coloca as chinelas nas mãos e caminha até o outro lado com a correnteza até a altura do joelho. As barracas de alvenaria construídas no entorno do balneário (todas construções irregulares) ficaram alagadas, e os comerciantes passaram o dia de ontem tentando salvar os utensílios. Do lado de Tabuleiro do Norte, a água ainda não atingiu as barracas, mas se isso acontecer comprometerá a programação de Carnaval do município. A alternativa para chegar ao município é trafegar pela BR-116, aumentando a distância em 30 quilômetros.

Quatro das 12 comportas do Castanhão foram abertas na tarde do último sábado (06/02) liberando, cada uma, 25 metros cúbicos de água por segundo, numa vazão total de 100 metros cúbicos por segundo, caindo direto no Rio Jaguaribe, o que tem feito aumentar o nível das águas por onde o rio corre. Enquanto isso, diminui o volume de água do açude, que hoje está com 76,8% da capacidade e na cota 102,01 metros ao nível do mar. Até o dia 26 de fevereiro, quando deverá ficar na cota 101 metros, deverão ser despejados 500 milhões de metros cúbicos de água (ou 500 bilhões de litros) para o Jaguaribe e, daí, ao mar.

De acordo com o engenheiro Ulisses de Sousa, coordenador do Complexo Castanhão, pelo Dnocs, não haverá mais o revezamento das comportas abertas, antes anunciado para exercício dos equipamentos. “Vão continuar as que já foram abertas no sábado, e se houver necessidade aumentamos ou diminuímos a liberação de água”, afirmou. As comunidades ribeirinhas já estão em alerta. Segundo Francisco Teixeira, presidente da Cogerh, a degradação e o assoreamento no Jaguaribe reduziu, em 20 anos, de quatro mil metros cúbicos para 1,5 mil metros cúbicos de água suportável na calha do rio sem que haja maiores transtornos às comunidades ribeirinhas.

Fonte: limoeirodonorte.blogspot.com




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