A Unidade do Corpo de Bombeiros deste Município está registrando, em média, quatro incêndios por dia na Área de Proteção Ambiental do Araripe. O mais recente ocorreu na encosta da serra do Araripe entre os sítios Coqueiro e Granjeiro, a menos de 200 metros da Floresta Nacional. A maioria ocorre em locais de difícil acesso que impedem a chegada do carro auto-bomba-tanque. Os brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tiveram de subir a ladeira do Belmonte e descer serra abaixo para apagar o fogo da encosta.
Geralmente, os incêndios são criminosos, diz o subtenente do Corpo de Bombeiros, Rildo Ferreira. Nas operações para combater os focos que se espalham nas regiões urbanas e rurais, observa-se que muitos casos têm origem em atos que poderiam ser evitados. O militar adverte que um pequeno foco em um monte de papel ou de folhas no quintal pode provocar um incêndio de grandes proporções. As queimadas em áreas rurais afetam o clima e agravam as condições do ar nas cidades.
Os bombeiros, juntamente com os órgãos ambientais, estão promovendo campanhas educativas nas escolas e nas associações comunitárias. De acordo com a Lei das Contravenções, gerar fumaça ou incêndio são ações que podem levar o autor a ser enquadrado nos crimes ambientais. Colocar fogo em terreno, cerca, muro, afetando terceiros, ainda que não haja vítima, já é considerado crime de incêndio. O artigo 250 do Código Penal estabelece para quem provocar incêndio, expondo perigo à vida, à integridade física ou ao patrimônio de outras pessoas, reclusão de três a seis anos e multa.
A intensidade e o uso indiscriminado das queimadas na abertura de novas áreas para agricultura transformou-se em um grave problema ambiental. Os agricultores fazem queimadas ou “brocas” com o objetivo de preparar a terra para o plantio. Este ano, o risco de propagação do fogo é maior em razão da estiagem. O capim seco, por exemplo, transformou-se num barril de pólvora. Uma simples ponta de cigarro é suficiente para provocar um incêndio, diz o chefe do escritório do Instituto Chico Mendes, William Brito.
À medida em que se ampliam as áreas de pecuária bovina, o emprego do fogo para renovação de pastagens vem sendo criminosamente incrementado. Da mesma forma acontece com a cana de açúcar. Os produtores costumam queimar a palha da cana para facilitar a colheita. O vento forte e a baixa umidade relativa do ar terminam levando o fogo para outras áreas.
O coordenador estadual do Prevfogo, Kurtis François Teixeira disse que o método mais prático e econômico de localizar os incêndios florestais é o uso das torres de vigilância. Este mês, os focos detectados foram prontamente combatidos.
Fonte: Miséria