Quixeramobim: Prefeito diz que renuncia se denúncia for provada e desafia promotor

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O prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSDB), negou acusações feitas pelo Ministério Público do Estado do Ceará nesta quarta-feira, dia 30, de que Cirilo era responsável por desvio de verbas na prefeitura, com benefício de familiares e pagamento a funcionários fantasmas. A “Operação Tolerância Zero” cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Quixeramobim e em Fortaleza na manhã de hoje. Cirilo afirmou que deixará o cargo de prefeito, caso o promotor de Justiça, Igor Pinheiro, confirme denúncia.

Filhos beneficiados como funcionários temporários da prefeitura, com um deles ganhando quase o dobro do teto do funcionalismo público municipal (R$ 22.000,00).

Cirilo afirmou que os filhos foram contratados pela prefeitura antes de ele assumir o cargo de prefeito, em 2013. A filha, Mariana Siqueira Pimenta Cruz, passou a trabalhar no hospital do município em 2006, como dermatologista, com salário de cerca de R$ 6 mil. Segundo Cirilo, só existem dois médicos concursados na prefeitura, os demais são contratados, recebendo R$ 2.600 por cada plantão dado.

O filho, Antônio Manoel Siqueira Pimenta, também é médico e, disse Cirilo, foi contratado cerca de dois anos antes de o pai ser prefeito. Sobre o recebimento de valores acima do teto do funcionalismo, Cirilo afirma que aconteceu apenas uma vez, em agosto, no último mês em que o filho trabalhou no hospital e deu um maior número de plantões.

Ambos os filhos foram afastados dos cargos na prefeitura, em agosto, afirmou Cirilo. Questionado se já sabia das investigações do MP quando fez a mudança, o prefeito confirmou já saber.

“Não há erro, há má fé”, criticou Cirilo, referindo-se às investigações do promotor do MP, Igor Pinheiro. O prefeito ameaça ainda que o hospital do município deve fechar, pois não há médicos que aceitem ir trabalhar no local com salário de, no máximo, R$ 12 mil.

A partir do caso dos filhos, Cirilo tentou justificar o pagamento mensal de R$ 64.957,51 ao médico Carlos Roberto Mota Almeira, que, segundo o prefeito, diz respeito apenas aos plantões médicos do anestesista. Cirilo não fez menção à acusação de que o médico teria assumido quatro funções.

A vereadora e irmã do Prefeito Cirilo Pimenta, Luíza Cristina Pimenta, teria cometido desvio de dinheiro público ao solicitar a transferência de valores da Prefeitura para sua conta bancária.

De acordo com Cirilo, a irmã é presidente de uma fundação mantenedora de um hospital infantil na região. O Estado repassa para a prefeitura de Quixeramobim R$ 45 mil para serem enviados ao hospital. Assegura Cirilo que a irmã em momento algum pediu que fosse enviado para a conta dele algum valor referente ao dinheiro.

“Se ela (irmã) tiver feito isso, eu renuncio o mandato. Se ele não provar, ele renuncie também o cargo de ser promotor”, desafiou Cirilo o promotor de Justiça, Igor Pinheiro.

Denúncia formal contra o prefeito Cirilo Pimenta afirmando que ele impedia a cobrança de faturas de água de empresas pertencentes a amigos e parentes seus.

Cirilo afirmou que a empresa responsável pela cobrança de água funciona é uma autarquia municipal, à qual não é possível que seja feita interferência política. “Ele (Igor Pinheiro) não prova, é mentira!”, disse Cirilo.

Pagamento a “vereadores fantasmas”

Os três vereadores acusados de receber salário de funções acumuladas, segundo Cirilo, receberam os valores apenas em abril, quando Cirilo foi afastado, e os vereadores tiveram de deixar as secretarias, e em julho, quando Cirilo voltou. Afirmou ele que o pagamento pela função é indivisível, ou seja, é recebido na totalidade mesmo que a pessoa não tenha cumprido todo o mês de trabalho, o que, segundo ele, aconteceu nos meses de mudança.

Acusação de salário cumulativo do presidente da Câmara, Clébio Ferreira da Silva, e de reuniões clandestinas para tratar sobre o julgamento do impeachment de Cirilo.

A justificativa para Clébio ter recebido pela função de prefeito interino e presidente da Câmara foi a mesma dada para o caso dos vereadores. Sobre as reuniões, Cirilo classificou o promotor Igor Pinheiro de ditador. “Onde é que está proibido se reunir? Eu posso me reunir com qualquer pessoa em qualquer lugar. Está proibido? É porque ele é ditador”, completou.

Sobre os mandados de busca e apreensão, Cirilo disse que não estava em casa quando a Polícia foi ao local e que nada foi levado da sua residência.

 

Fonte: O Povo




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