O senador e pré-candidato ao governo Eunício Oliveira (PMDB-CE), empresário no ramo da segurança privada, disse ontem que se quisesse ficar ainda mais rico com o aumento da violência no Ceará continuaria a apoiar a gestão do governador Cid Gomes (Pros).
“Seria absurdo alguém que quisesse que o problema da violência piorasse. Se eu quisesse, iria apoiar o que está aí”, afirmou Eunício no programa Debates do Povo, da rádio O POVO/CBN, ao ser questionado se não prejudicaria seu lucro empresarial ao tentar diminuir os índices da criminalidade, promessa que vem fazendo.
Eunício citou o exemplo de Pernambuco, estado governado até abril passado pelo pré-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, para afirmar que o problema da segurança no Ceará é de gestão.
“(No Ceará) houve acréscimo de investimento, houve incremento na economia, mas houve um acréscimo violento dos assassinatos. Enquanto no Pernambuco, com um gasto menor do que o feito no Ceará, os índices decresceram em 26%”, disse Eunício.
“Então o problema tá onde? No meu entendimento, o problema tá no diálogo, na gestão e no reordenamento da polícia. Não adianta botar um carro bonito, com um cidadão dentro, que ele não está satisfeito com aquilo que ele está fazendo”, completou.
Sobre a responsabilidade do PMDB, que esteve no governo de 2007 até o último maio, na situação da segurança, Eunício disse que “nesses sete anos, o PMDB nunca foi chamado para um debate específico de área A ou de área B ou de área C”.
Eunício negou ter convidado o vereador Capitão Wagner (PR) para assumir a Secretaria da Segurança, no caso de vitória.
O assunto veio à tona com uma gravação de áudio, obtida pelo site Tribuna do Ceará, em que Wagner fala de uma reunião com Eunício na qual este o convidou a ser candidato a vice e secretário.
“Seria muita ingenuidade, e já tenho amadurecimento suficiente na política, para não cometer esse tipo de comportamento. Como é que eu ia convidar alguém para ser secretário de Segurança num governo que ainda não se instalou?”, disse Eunício.
Eunício Oliveira disse que apoiará a reeleição de Dilma Rousseff mesmo que ela apoie o candidato que vier a ser lançado pelo governador Cid Gomes (Pros) à sucessão no Ceará.
O senador e presidente estadual do PMDB citou o voto do Ceará na convenção nacional do partido, no último dia 10, que decidiu pela aliança pró-Dilma. “Se eu fui apoiar essa posição, é porque vou apoiar a presidente”.
Apesar disso, Eunício não descartou aliança com o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), já que os candidatos podem fazer parcerias locais que não sigam as que seus partidos estabelecem em nível nacional. O candidato do PSDB a presidente é o senador mineiro Aécio Neves. (Fonte: O Povo)