O presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Pedro Baquit, fez uma defesa da atuação do parlamento local na sessão desta quinta-feira, 04.
O vereador afirmava a necessidade da população comparecer ao plenário da câmara para entender como funciona e qual é exatamente o trabalho realizado pelos edis. Segundo ele, a necessidade disto se impõe pelo fato de que a imprensa não deve ser a tradutora pública do que a câmara realmente é. A própria população é que deveria avaliar isso por si mesma.
Mas o jovem vereador foi ainda mais além e fez uma declaração que criou desconforto em muitas pessoas. Pedro afirmou que “não no Brasil, mas em Quixadá uma das melhores coisas que poderia acontecer seria o AI-5.” Obviamente, ainda que revele uma veia autoritária no pensamento do parlamentar, a declaração foi meramente hiperbólica e, por isso, talvez deva ser desconsiderada como não significando realmente o que sente o vereador.
Para quem não sabe, o AI-5 (Ato Institucional número 5) foi o quinto decreto emitido pelo governo militar brasileiro (1964-1985). É considerado o mais duro golpe na democracia e deu poderes quase absolutos ao regime militar. Redigido pelo ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva, o AI-5 entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do então presidente Artur da Costa e Silva.
O AI-5 foi um represália ao discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que pediu ao povo brasileiro que boicotasse as festividades de 7 de setembro de 1968, protestando assim contra o governo militar. A Câmara dos Deputados negou a licença para que o deputado fosse processado por este ato.
Dentre suas imposições mais importantes, o AI-5 concedia poder ao Presidente da República para cassar mandatos de deputados federais, estaduais e vereadores; proibia manifestações populares de caráter político; suspendia o direito de habeas corpus (em casos de crime político, crimes contra ordem econômica, segurança nacional e economia popular); e impunha a censura prévia para jornais, revistas, livros, peças de teatro e músicas.
Um prefeito com poder similar poderia suspender a qualquer momento a autoridade da Câmara Municipal, fechar emissoras de rádio, sites e blogs locais e mandar prender manifestantes que reclamassem de sua administração. Seria uma Ditadura Municipal Institucionalizada.
É claro que Pedro Baquit não deve ter isso em mente como modelo ideal de governança. A declaração do parlamentar, ainda assim, foi considerada por muitos como escorregadia e inapropriada para os recintos do símbolo municipal da democracia, que é o plenário da casa legislativa.
Foi o povo que colocou ele dentro da Câmara de vereadores como representante do povo
e agora
votou nele agora aguenta
Tem alguém fazendo a cabeça desse coitado. Um suposto candidato a prefeito colocando as unhas de fora. Cuidado quixadaenses a [editado] já está sendo organizada.
Oh presidentizinho sem futuro… AI 5 não condiz com sua idade. Te alerta pessoinha… e ainda quer ser prefeito. Vai para outra cidade, aqui em Quixadá, nunca.
Isso é mais ou menos o que se chama de “filhote de coronel”. Simples assim!
Tadinho! Perca de tempo dar ouvidos a esse tipo de besteira. A lição que ficou da ditadura burguesa é que não adianta controlar tanto. Percebeu-se que é importante ser hipócrita e fazer algumas concessões ao povo, ou seja, maquiar a coisa toda.