Alguns funcionários ligados ao Hospital Eudásio Barroso, em Quixadá, declararam estado de greve nesta última segunda-feira, 22. Eles se juntam aos agentes do Departamento Municipal de Trânsito, à Guarda Civil e aos Agentes de Endemias num movimento paredista que expõe a profunda crise administrativa pela qual passa este município. Apenas casos de natureza grave serão atendidos no hospital.
Com apoio do Sindicato dos Servidores Públicos de Quixadá e região, os funcionários do hospital realizaram manifestação com cartazes pedindo regularização salarial, fim da corrupção e declarando o estado de greve.
Além da regularização salarial, as principais demandas estão relacionadas com a falta de condições de trabalho. Há relatos de que luvas são aproveitadas durante todo o dia. Faltam máscaras e outros equipamentos fundamentais à segurança do trabalho dos funcionários, que permanecem o dia inteiro expostos em ambiente potencialmente contaminado.
Durante o ano de 2014, conforme informações contidas no Portal da Transparência, a Secretaria de Saúde de Quixadá já recebeu transferências na ordem de quase 27 milhões de reais, e os gastos com recursos próprios tem sido recordes. Apesar disto, a situação é de extrema precariedade.
O Ministério Público do Ceará já apontou várias vezes para a questão, inclusive pediu à Câmara Municipal a cassação do prefeito João, a quem considerou omisso diante da crise sem precedentes. Como resposta, os vereadores deliberaram para nem sequer ouvir os promotores.