Camilo Santana desenha rumos do alinhamento entre petistas e baquites para disputa de 2016 em Quixadá

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A escolha do secretariado do governador Camilo Santana já é bem conhecida. A lista não privilegia a formação técnica dos indicados, mas sim a estratégia política. Os secretários foram escolhidos cuidadosamente para acomodar os diversificados interesses da ampla base de apoio que o governador recebeu na campanha de 2014. E pela estratégia utilizada Camilo certamente merece pontos, pois conseguiu algo valioso para um homem em sua atual posição: deixar praticamente todos os aliados satisfeitos.

Para o município de Quixadá, no Sertão Central do Estado, a disposição das peças no tabuleiro feita pelo governador tem implicações claras. Neste município, Camilo quer entrar no jogo da disputa de 2016 apostando no alinhamento entre petistas e baquites. Um sinal claro disso foi sua escolha de acomodar o Deputado Osmar Baquit na Secretaria da Pesca e Aquicultura, dando à petista Rachel Marques, derrotada nas urnas no ano passado, a oportunidade de assumir uma vaga na Assembleia Legislativa.

Este cenário parece ajustar-se às intenções do ex-prefeito Ilário Marques, marido de Rachelde retomar o controle da prefeitura de Quixadá. Em 2016, conforme o arranjo desenhado por Camilo e José Guimarães, Osmar Baquit apoiaria Ilário na disputa, talvez até oferecendo o nome de seu sobrinho, o vereador Pedro Baquit, para assumir como vice na chapa encabeçada pelo petista.

Aparentemente visando fortalecer essa estratégia, Pedro Baquit já manifestou a intenção de se licenciar da Câmara Municipal, afastando-se, assim, das polêmicas daquela casa e da imagem negativa que a população quixadaense construiu sobre ela. A finalidade do afastamento seria, portanto, o fortalecimento do seu nome para compor a chapa encabeçada por Ilário.

Ilário tem se esforçado para abrir pontes de comunicação com todas as correntes políticas de Quixadá, enfraquecendo a oposição ao seu nome e amaciando as críticas. Nos bastidores, comenta-se que ele teria iniciado conversas até mesmo com o prefeito João da Sapataria, que lhe derrotou nas eleições municipais de 2012.

É sabido que a aproximação de Ilário aos baquites não agrada aos filiados petistas e nem aos eleitores que sempre apoiaram Osmar em Quixadá. Muitos deles, de ambos os lados, preferem respeitar o mínimo de coerência que os candidatos sacrificam em nome dos próprios interesses. O próprio Osmar Baquit, por exemplo, durante a campanha de 2012, empenhou sua palavra com a seguinte declaração: “Quem me conhece em política sabe: eu só tenho um lado. Por mais que a estrada seja tortuosa, com buracos e pedras e espinhos, eu jamais me aliaria com o PT de Quixadá. Eu estaria manchando, acabando com o meu nome, da minha família e dos amigos que me seguem.” O restante do discurso do político aparece no vídeo que exibimos no final desta matéria.

Em 2016, caso resolva se dobrar à vontade do governador e aliar-se, de fato, ao PT de Quixadá, o Deputado terá de explicar aos seus eleitores a disposição para ‘manchar e acabar com o próprio nome, o nome da família e o dos amigos’. Ou então terá de voltar atrás com a palavra e explicar que o PT não é realmente tão sujo quanto apregoou em outras oportunidades.

Matéria relacionada: 
Osmar Baquit, o PT de Quixadá e a volatilidade das composições políticas

O QUE A POPULAÇÃO DEVE ESPERAR?

No final das contas, porém, o que a população quer saber é se essas uniões forçadas e arranjadas pelo governo estadual realmente beneficiarão a Terra dos Monólitos. Tanto Ilário quanto Osmar, bem como Rachel Marques, colocam-se nas mãos do governo, o que levanta a questão: serão eles capazes de gritar por Quixadá quando o governo resolver priorizar outros lugares com seus investimentos?

IMG_0873Olhando-se  para o passado, é fácil perceber que a resposta para a pergunta é um sonoro não. Na questão da escolha do local que receberia o hospital regional, por exemplo, tanto um quanto o outro deixaram de agir para defender os interesses do município. Na época, ambos estavam nas mãos de Cid. Com um histórico desses, o que convence a população de que o mesmo comportamento traiçoeiro não se repetirá no futuro?

Em relação ao atual governo, uma boa oportunidade para analisar o comportamento de petistas e baquites, ambos nas mãos de Camilo – que é muito mais cidista que qualquer outra coisa -, é a disputa envolvendo o curso de medicina. Mauro Filho, que foi candidato ao senado com apoio de Cid Gomes, deu recentemente uma entrevista em Quixeramobim garantindo que o curso de medicina será levado para lá. Benquisto por Cid Gomes, Mauro Filho continuará como secretário da fazendo do governo do Estado.

Terão Osmar, Ilário e Rachel força para gritar pelos interesses dos quixadaenses neste caso específico, ou se mostrarão apenas fantoches bem acomodados em seus novos cargos? De que realmente servirá tal alinhamento entre petistas e baquites, especialmente levando-se em conta que o histórico dos dois grupos é de subserviência ao governador? São perguntas nas quais a população precisa refletir.

VÍDEO

No vídeo abaixo, gravado durante a campanha de 2012, Osmar Baquit afirma que aliar-se ao PT de Quixadá traria uma mancha sobre o seu nome, da família e dos amigos que o apoiam. Veja:




Comentários

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  1. Querem continuar com o desmantelo continue votando no João o desmantelo de Quixada. Se Ilario estivesse na prefeitura se o povo tivesse escolhido corretamente Quixada não estaria sofrendo na mão desse João bobao

  2. Não existe mais guerra, o coronelismo ficou para traz
    agora é um pouquinho para cada um, 4 anos para se servir e se lambuzar agora é minha vez hahahahahahahahah
    continue votando neles.
    O POVO TEM O QUE MERECE

  3. Errado Julio Cesar. Onde você está vendo o tema poder? Estamos falando de um mero governo. Sabemos quem manda, quem tem poder, mas não os conhecemos de fato. Esses políticos são apenas empregados, serveriam para fazer a ponto entre o povo e o poder, ou pelo menos para acalma-los, como faz muito bem o PT.
    Sobre o voto, aqui no nosso município ainda não temos candidaturas que representem de fato o povo, e que esclareçam para a população sobre sua condição submissa. Porque os que se acham ricos em Quixadá, não passam de piões na frente dos verdadeiros mandatários.
    E o ditado eu o reformularia para: “Manda quem acha que não é mandado, mas é, obedece quem não é esclarecido ou o faz por conveniência, mas este pode fazer diferente e não obedecer.”

  4. Acima de qualquer candidato temos que trabalhar por Quixadá, porém, infelizmente, não existe coesão política, existe mais política de interesses. O proveito que se pode tirar desses políticos de primeiro escalão, é buscar via PT, já que o governo federal é do PT e é quem comanda juntamente com outros partidos aliados, toda política de investimentos, devendo buscar mais verbas federais, buscar grandes obras federais e estaduais. Não é possível que Quixadá a partir de agora não seja aquinhoada com grandes obras e investimentos, tendo em vista o grande potencial em todos sentidos, muito além da grande maioria dos municípios do Estado do Ceará. Quixadá precisa logo, logo, ter um distrito industrial, um porto seco, ter transposição de águas vindas da transposição do Rio São Francisco e precisa urgentemente possuir um grande hospital, independentemente do Hospital regional em Quixeramobim. A política de investimentos para Quixadá tem que mudar muito, não pode mais continuar com essa política de cidadezinha e de políticos sem expressão…

  5. – EM POLITICA MEU CARO FRANCISCO; OU VOTA-SE COM O PODER, OU, FICA-SE SEM PODER. LEMBREM-SE DO VELHO DITADO: MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUIZO !!

  6. Vergonha de um dia ter votado em Ilário e Raquel, e vergonha maior de ter esse tal Osmar Baquit como conterrâneo. É triste ver pessoas somente usarem o nome de Quixadá em benefício próprio e de seus familiares.
    O que assistimos nos últimos tempos foi o retorno a algo equivalente ao coronelismo. Isso mesmo! Saímos do açoite dos coronéis para a fantasia, a mentira, a ilusão das oligarquias, formadas pelos políticos que poderiam ter feito muito mais pela democracia e pelos restos dos grupos e familiares dos coronéis.
    Ou seja, esse povo aí pensa assim: “quanto mais PRA MIM melhor! Seja como for! O povo é que se lasque. Quem quiser que tenha sorte e morra de trabalhar.”

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