Monólitos Post

Silenciosa e mortal! É assim que muitos costumam definir a onda que varre vastas extensões do oceano antes de atingir em cheio o litoral. Tsunamis são fenômenos da natureza com alto poder de destruição. Quando se revelam aos banhistas na praia, em geral já é muito tarde para eles.

Ao que parece, as denúncias do Ministério Público Estadual contra várias pessoas ligadas a atual administração municipal de Quixadá, denúncias que partiram da caneta do Promotor de Justiça Dr. André Clark – que já não mais trabalha nesta urbe -, persistem varrendo o oceano burocrático do judiciário, avançando silenciosamente na direção do litoral político quixadaense.

“Estamos seguros com relação às denúncias que fizemos. Há um corpo muito extenso de provas”, afirmou Dr. André Clark em entrevista concedida a editores do Monólitos Post em dezembro do ano passado. Pelo visto, a confiança do representante do Ministério Público não era sem base. Tão surpreendente quanto um tsunami, os efeitos das denúncias relacionadas com as Operações Miragem podem não demorar a estremecer o cenário político em Quixadá.

Nesta semana, vereadores da bancada de oposição na Câmara Municipal tentaram, sem êxito, emplacar uma Comissão Processante para investigar possíveis irregularidades cometidas pelo prefeito João ao longo dos dois primeiros anos do mandato. Na próxima semana, uma proposta de CPI será votada. E tudo indica que, quanto mais próximo estiver o período eleitoral do ano que vem, mais pressão a oposição fará sobre a gestão e mais decidida vai estar em desestabilizá-la.

Caso o tsunami das Operações Miragem atinja o litoral político quixadaense bem no meio deste cenário, vai ser dipirona pra todo lado. Resta aguardar para descobrir o que os próximos dias tem em reserva. A única certeza é que não é certeza que João Hudson coma o peru da ceia de dezembro com a faixa de prefeito.