A explicação da secretária de saúde para a existência de remédios vencidos prejudica o prefeito

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A secretária de saúde de Quixadá, Sra. Selene Bandeira, tentou explicar à população, através de programas de rádio, a existência de outro local com medicamentos vencidos no município. Teve exito em tirar o dela da reta, porém, em compensação, deixou o prefeito no meio dos leões. Como assim?

Ora, segundo a atual chefe da pasta mais encrencada da gestão quixadaense, teria sido uma secretária anterior a responsável pela aquisição dos medicamentos que ficaram acondicionados numa casa que, antes, estava alugada para a prefeitura. Selene afirma que sequer tinha conhecimento da existência dos medicamentos, muito menos de sua localização. Tudo indica, portanto, que os remédios, alguns de uso contínuo, ficaram “escondidos” na casa por cerca de um ano ou mais.

É possível aceitar a explicação da Secretária. Talvez ela realmente não tivesse conhecimento da existência da farmácia perdida. Mas, como desculpar a gestão? Como desculpar o prefeito? Isto parece ser mais difícil de fazer. Por que? Por várias razões.

João Hudson, o prefeito, é o responsável final pela contratação dos secretários de saúde da sua gestão. Se não perante a justiça, perante a população respinga nele sim o que tais secretários fazem ou deixam de fazer. É tão fácil quanto somar 1 + 1 fazer esse cálculo político. Será que não soube o prefeito escolher seus secretários? A pergunta é válida, porque uma pessoa que sabe da existência dessa imensa quantidade de medicamentos e deixa a pasta sem dizer nada acerca de sua existência é, na avaliação mais branda, altamente irresponsável. Ponto negativo para a escolha do prefeito.

Ademais, visto ser o prefeito o responsável maior pela fiscalização da própria gestão que chefia, como entender seu desconhecimento acerca de tais fatos?

No final, porém, seja quem for que tenha deixado aquela quantidade de remédios escondidos, não há meios de retirar a responsabilidade da gestão. Como é possível que os administradores da saúde municipal desconhecessem aquele tesouro? Por acaso não existiam registros de entradas e de saídas dos medicamentos? Onde estão as notas do recebimento destes medicamentos? Existem notas? Se existem, onde estão os registros de saída? Ou não havia controle? Não era passível de verificação a existência dos tais medicamentos? Claro que era! Mas se a gestão não foi capaz de rastrear a existência deles é porque, no mínimo, a coisa anda muito bagunçada.

Descontando-se o aproveitamento político de alguns vereadores em cima dessa questão, não é possível desculpar tal desorganização. Não é possível desculpar, também, parte da Câmara.

Quando houve a possibilidade de realizarem uma investigação profunda, quer tivesse sido através da aceitação dos resultados da CPI da Saúde, quer tivesse sido através da aceitação para averiguar as denúncias e solicitações do Ministério Público, muitos vereadores – incluindo alguns que, agora, passam-se por indignados – não apenas não fizeram nada, mas foram contra qualquer aprofundamento das investigações. Não poderiam muitos destes valiosos medicamentos terem sido salvos caso os parlamentares tivessem escolhido proteger os interesses do povo e não os seus caciques políticos?

De qualquer que seja o ângulo pelo qual olhemos, vemos o mesmo cenário. E ao passo que a explicação da atual secretária de saúde tende a livrar sua barra, sem sombra de dúvidas coloca grande responsabilidade sobre as costas de João Hudson. Nada mais justo. Ser prefeito não é fácil. Por isso não é para todos.




Comentários

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  1. no meio desses veriadores que hoje tão bancando o preoculpado com a saúde certos deles foram contra a cpi da saúde.

  2. queria saber como ocorreu a contrataçao do falso medico da upa,pois para cantratar um servente de pedreiro em fortaleza e´ a maior exigencia, e aqui nao teve nenhun criterio CRM nen nada,ou entao eles sabiam que o cara nao era medico.

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