Atualmente, estamos sempre conectados. Quando olhamos ao redor, percebemos pessoas usando tablets, smartphones, notebooks, enfim, temos várias opções para nos mantermos conectados e de ficarmos por dentro de tudo que ocorre em nossa cidade, estado, país e em outros países em questão de segundos. E isso é “mágico”, incrível, legal e bastante útil.
Só que ultimamente tenho presenciado algumas situações que me fazem pensar sobre o efeito negativo do uso exagerado destas tecnologias. Algumas ferramentas foram criadas para aproximar as pessoas, mas em algumas situações especificas, percebo o oposto, infelizmente.
Tenho saído com alguns amigos, e vou pra estes momentos com a expectativa de que estes eventos nos proporcionarão conversas agradáveis, gargalhadas, comunicação “olho no olho”. Mas, o que tenho percebido são pessoas ao redor de uma mesa, caladas e mexendo em seus aparelhos eletrônicos modernos. E o mais estranho é perceber que alguns amigos no encontro estão conversando com outras pessoas que estão ali do lado (na mesma mesa) através de aplicativos de bate papo (por exemplo: WhatsApp, WeChat, Viber). Quando percebo isso, começo a mentalmente questionar o seguinte: Por que esta atitude? Estamos perdendo a vontade e o prazer de olhar a outra pessoa ao conversar, ao gesticular, de perceber as emoções e sentimentos do outro através da comunicação verbal, gestual e das expressões faciais dela?
Estamos nos tornando seres humanos “robotizados” e “frios”?
Tenho certeza que uma gargalhada sincera ou as expressões do rosto que indicam alegria, preocupação, raiva, desconfiança e outras mais não são claramente transmitidas através de aplicativos de bate papo, por mais modernos que eles sejam.
Já ficou estabelecido há muito tempo no “mundo” dos bate papos que o “kkkkkkkkk…” quer expressar que a pessoa está rindo muito em decorrência de algo, já o “Rsrsrs…” quer dizer que a pessoa achou algo engraçadinho. Mas tanto um como o outro são modos de comunicação “artificiais” e “frios”.
Torço para que a cada dia que passe a tecnologia evolua cada vez mais, e nos beneficie positivamente com esta evolução. Mas torço também para que nós não percamos o prazer de conversar com as pessoas, olhando pra elas, percebendo suas expressões expostas de diferentes maneiras através do corpo delas. Caso não busquemos isso, a cada dia que passa nos tornaremos mais “frios” e “robotizados”. E isso será algo ruim para toda a sociedade. Devemos desde já nos preocuparmos com isso.
Pode até parecer que o que escrevi anteriormente seja bobagem, mas acho que você gostará de em um momento de muito sofrimento ou dor, receber o “calor humano”, um abraço, perceber um olhar que reflete uma mensagem do tipo “estou contigo, vamos vencer isso juntos”… E não um texto via bate papo dizendo “sinto muito”, “isso vai passar” ou “o tempo cura tudo”.
Por Joel Soares
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