O polêmico Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) participou, na manhã desta sexta-feira, 14, de audiência pública na Câmara Municipal de Quixadá sobre a proposta de revogação do Estatuto do Desarmamento. Como não poderia deixar de ser, as opiniões e abordagens do parlamentar dividiram a assistência.
Políticos, advogados, líderes de associações ligadas às questões de segurança no Estado, policiais, oficiais do Exército Brasileiro, estudantes e outros lotaram as cadeiras do auditório. O prefeito de Quixadá, João Hudson Bezerra e alguns vereadores também marcaram presença.
Para Bolsonaro, os cidadãos brasileiros devem exercer livremente o direito de possuir armas de fogo. Ele é da opinião de que uma população armada influencia significativamente na redução dos números da violência. Para tanto, cita dados estatísticos e a experiência de países que deixam os cidadãos livres para comprarem armas de fogo.
“Quem afirma que a população armada dará início a um bang-bang está criminalizando os cidadãos de bem. Vocês, cidadãos, não são marginais, não são vagabundos. E vocês tem sim o direito de usar uma arma para se defender”, afirmou o parlamentar em várias ocasiões durante a audiência.
Bolsonaro ainda acredita que o processo de desarmar a população faz parte do jogo de poder dos governos de esquerda. “Uma população desarmada é fácil de ser dominada, e se vocês estiverem pensando que essa turma que está no poder vai aceitar fácil, por vias democráticas, deixar o poder, vocês estão muito enganados. Eles vão às armas defender a democracia da Dilma, do Lula e do PT”, declarou.
Bolsonaro foi aclamado pelo público presente quando um dos participantes indicou que ele poderia ser um dos candidatos à presidência em 2018. O deputado reagiu com sorrisos e acenos. Em sua fala final, afirmou que não é um cordeiro e que prefere morrer com uma arma na mão.
Em suas considerações finais, afirmou: “Pior do que uma decisão não tomada é uma indecisão, e os homens de Brasília vão decidir, enquanto que alguns cordeiros teimam em querer apontar o caminho do abatedouro como a solução do caso da violência em nosso país.”
Líderes de associações composta por agentes de segurança do Ceará manifestaram opinião contrária à de Bolsonaro. Para eles – bem como para alguns advogados que também falaram no evento -, a população não está apta a fazer uso de armas de fogo. Citaram casos de policiais treinados que, ao reagirem a assaltos, tiveram suas vidas ceifadas.
Após a audiência Bolsonaro permaneceu por cerca de uma hora no recinto, fazendo fotos, selfies e dando entrevista para rádios e sites locais.
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