O consumidor cearense ainda nem bem se acostumou com o último reajuste de até 10% nos preços dos combustíveis aplicados no Estado, e a gasolina e óleo diesel já devem ser elevados novamente, em menos de um mês, voltando a pressionar a inflação e o orçamento doméstico e das empresas.
Se no aumento passado, a vilã apontada pelos postos e as distribuidoras foi a Petrobras, agora a alegativa dos revendedores é de que a elevação da margem de referência para fins de incidência do ICMS, de R$ 3,31 para R$ 3,55, seria a causa da nova “carga” nos preços e consequentemente, no bolso do consumidor.
Antes do reajuste, quando o preço médio da gasolina girava em torno de R$ 3,37, o Governo do Estado tributava o produto sobre o valor de referência de R$ 3,31. Agora com o preço médio do litro da gasolina, na bomba, em R$ 3,64, a nova pauta de referência passou para R$ 3,55. Esse valor é 2,5% menor do que o preço médio que é cobrado, na bomba, para o consumidor.
Outros fatores
Fontes do setor dizem, no entanto, que este não seria o único motivo, mas que as distribuidoras de combustíveis estariam alegando aumento nos custos de transporte, de estocagem e nos preços do etanol, nas usinas de cana e açúcar, para justificar a nova alta. Com isso, acrescenta o empresário, – que pede para não ser identificado,- a BR Distribuidora teria elevado o preço do litro da gasolina para os postos em R$ 0,16; a Shell em R$ 0,09; a Ypiranga em R$ 0,14 e a SP, em R$0,12.
Questionado se o reajuste da margem será transferido para o consumidor, – apesar dos postos de combustíveis do Ceará já praticarem o segundo maior preço da gasolina e o maior para o óleo diesel, dentre todos os Estados do Nordeste – o assessor Técnico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, respondeu que “se a gasolina subiu na fonte (no distribuidor) a gente vai ver como se comportará o varejo (postos)”. Costa não falou em percentuais e disse apenas que “o mercado é livre”.
Ele reconhece, no entanto, que os preços atuais da gasolina R$ 3,64 e do óleo diesel R$ 3,245, em Fortaleza, estão muito altos. “Como consumidor, acho que ele não aguenta mais (um novo reajuste). E acrescenta: “no começo (logo que os preços sobem) há uma retração no consumo, mas depois o consumidor acostuma”.
Distribuidoras
A reportagem buscou as distribuidoras BR, Shell, Ypiranga e SP para tentar confirmar os novos aumentos nos preços da gasolina e óleo diesel, mas todas mantêm o tema em “caixa preta”, alegam “políticas comerciais” para não falar em preços e nada revelam. (do Jornal Diário do Nordeste)