Monólitos Post

O PT enfrenta uma crise de múltiplas facetas – dentre elas ética, moral e política -, sem precedentes em sua própria história.

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, lá em 2002, após três tentativas frustradas, deu ao partido a oportunidade de mostrar que a aplicação de suas ideias para o país e sua maneira de fazer governo eram não apenas funcionais, aceitáveis e potencialmente produtivas, mas superiores a tudo o que já se havia experimentado no Brasil.

Pelo menos era com esta pretensão que os caudilhos da estrela vermelha apresentavam seu projeto. Hoje, alguns destes nomes de ponta da sigla estão enjaulados, condenados por crimes relacionados com corrupção, formação de quadrilha e uma penca de outros.

Lula alçou voo à presidência da República com inquestionável autoridade política. Venceu o candidato da oposição, José Serra (PSDB), em todos os estados da Federação e no Distrito Federal, exceto em Alagoas. Um verdadeiro gozo para os filiados! O povo brasileiro, na mais robusta expressão do termo, queria o PT.

Do alto de 2015, é possível observar o que aconteceu. O PT fez e foi o que asseverou por anos à fio que faria e seria? Ou foi apenas mais do mesmo e, para além disto, até pior do que os outros em vários aspectos? Cada um deve fazer o seu próprio juízo de valor sobre tais questionamentos.

Não dá, porém, em hipótese alguma, para negar o fato de que, não fosse o uso da mentira, do engano, do subterfúgio, do descaramento, da hipocrisia e da gigantesca máquina pública, o partido teria perdido a faixa presidencial nas eleições de 2014. Quem não lembra do PT mentindo sobre a situação fiscal e financeira do país? Quem não lembra do PT mentindo sobre a verdadeira situação dos programas sociais, sobre a elevação de impostos, sobre a situação energética?

No Ceará, o PT deu como certa a instalação de uma refinaria da Petrobras. Não apenas era mentira que o projeto seria executado, mas o projeto sequer existiu. O que restou foi apenas uma dívida estratosférica para os contribuintes do Estado que, feitos de idiota pelas mentiras petistas, bancaram o terreno e outras medidas para a refinaria,  ao custo de centenas de milhões de reais.

Em Quixadá, e em outros municípios da região, dinheiro saído da empreiteira Camargo Corrêa, metida até a ponta do nariz no lamaçal em que chafurdam os investigadores da Operação Lava Jato, financiou campanhas eleitorais do PT. Terá sido o caso de os tentáculos da corrupção que depenaram a Petrobras terem penetrado na Terra dos Monólitos? O partido jamais deu alguma satisfação.

Em 2016, o principal expoente do PT neste município dará, provavelmente, o seu último tiro político. Se vencer, pode ganhar mais tempo de sobrevida. Se perder, já era, é o que muitos dizem. Dificilmente retornaria de novo à prefeitura. Derrotando-o, a sociedade quixadaense obrigaria a sigla a se renovar, já que, forçosamente, outros nomes precisariam surgir. Até dentro do próprio PT, ao que parece, é o que todo mundo quer.

EDITORIAL