O PT divulgou nesta terça-feira, 3, em seu site, o convite para um ato em apoio ao ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto – preso no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo o presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, o ato intitulado “A verdade sobre Vaccari” não é uma atividade oficial da legenda, mas o PT não tem vergonha de defender o ex-tesoureiro. “Não é atividade oficial do PT, mas alguns petistas fazendo ato para denunciar a situação do Vaccari”, disse Emídio à reportagem.
“As prisões (na Lava Jato), muitas delas são mantidas artificialmente. O Vaccari não representa qualquer perigo e é mantido em uma prisão política, é legítimo que petistas se organizem em torno disso”, afirmou o dirigente.
“Somos solidários ao Vaccari, sabemos o que ele fez e o que não fez. Não temos do que nos envergonhar, pois ele trabalhou rigorosamente dentro das regras”, completou.
Emídio destacou que o ex-governador tucano Eduardo Azeredo ainda não foi julgado pelo chamado “mensalão mineiro” e responde ao processo solto. O processo está parado desde março de 2014 e pode prescrever em 2018, como noticiou o jornal Folha de S. Paulo, destacou Emídio para argumentar como a Justiça tem sido “seletiva”.
Apesar da defesa de Vaccari, Emídio não soube dizer se vai comparecer ao evento, marcado para a próxima sexta-feira, 6. Ele também não soube informar se outras lideranças do partido estarão no ato.
Segundo o convite divulgado no site, o ato é promovido pelo grupo de petistas e sindicalistas chamado “Amigos do Vaccari” e o encontro celebrará o aniversário do ex-tesoureiro – Vaccari completou 57 anos no último dia 30.
“Defender Vaccari é defender o legado da esquerda do PT e da democracia”, diz o convite. O texto diz ainda que a “condenação de Vaccari, da forma como fez Sérgio Moro (juiz da Lava Jato), tentando criminalizar as doações oficiais de um único partido, é um atentado à democracia”. “Vaccari não está sozinho. Vaccari é preso político”, completa o convite.
João Vaccari Neto está preso desde 15 de abril. Ele já foi condenado em primeira instância a 15 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A Justiça negou pedidos de habeas corpus do ex-tesoureiro. Amanhã, Vaccari estará em São Paulo. Ele participa de uma audiência relacionada a outro processo criminal contra ex-diretores da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Nesse processo, Vaccari é acusado por formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.