Apenas 23,4 por cento dos crimes de assassinatos praticados no Ceará são esclarecidos. Os dados são da própria Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), através da Polícia Civil.
O baixo índice na elucidação dos crimes contra a vida é um dos fatores geradores da onda de mortes violentas no estado, que neste ano já ultrapassou a casa dos 3.500 homicídios e, em 2014, deixou o Ceará na terceira posição dos estados mais violentos do País.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol), atualmente a classe passa por dois graves problemas que implicam diretamente no trabalho de investigação: o baixo efetivo e o desvio de função.
Para um estado com cerca de 9,5 milhões de habitantes, a Polícia Judiciária conta com um efetivo de apenas 2,4 mil servidores.
Porém, hoje, delegados, escrivães e inspetores deixam de realizar a sua principal tarefa (investigar crimes) para tratar da custódia de centenas de presos que lotam os xadrezes das delegacias.
Os dois fatores aliados (falta de pessoal e desvio da função) resultam na baixa produtividade da instituição, isto é, inquéritos se amontoam sem que haja esclarecimento dos crimes, principalmente em se tratando dos casos de homicídios e latrocínios.
Na tentativa de, pelo menos, organizar as estatísticas e avaliar a resolução das dezenas de assassinatos que acontecem todos os meses no Ceará, a SSPDS montou uma base de dados para o acompanhamento da resolução dos crimes. Trata-se do Programa de Gerenciamento de Elucidação de Homicídios (PGEH), que nos últimos meses comprovou o que já era comprovado na prática: a baixa resolução dos casos de homicídios. (do Ceará News 7)