A população do município de Quixeramobim continuará sendo atendida normalmente no Hospital Pontes Neto.
Como havíamos antecipado, a promessa do prefeito Cirilo Pimenta de que a unidade regional de saúde fecharia as portas no dia 10, ontem, não passava de blefe. Em vez de fechar as portas, o hospital apenas reduziu atendimentos e diminuiu a oferta de serviços.
O Hospital cessou os atendimentos para cidadãos de outros municípios. Com isto, o número de médicos foi reduzido de 60 para 40.
A gestão de Cirilo alega que os demais municípios não contribuem com nenhum centavo para manter o hospital, que tem despesas de cerca de R$ 2 milhões por mês. Esquece, porém, que Quixeramobim não é uma ilha, e que participa de um complexo sistema de pactuação na área da saúde que existe exatamente para compensar as deficiências dos municípios mais humildes.
A medida efetivada por Cirilo equivale a uma renúncia, ainda que temporária, às pretensões de Quixeramobim de ser um polo regional de saúde.
Sem nenhuma intenção de fomentar diferenças, mas apenas para apresentar um parâmetro que mostra como tem sido ruim a gestão da saúde em Quixeramobim, vale ressaltar que, apesar da crise, apesar de enfrentar as mesmas dificuldades, apesar de contar com uma arrecadação geral menor, apesar das críticas ferrenhas com as quais lida (inclusive deste site), o vizinho município de Quixadá em nenhum momento fechou as portas do seu sistema de saúde aos próprios cidadãos ou aos cidadãos de municípios da região. Ao contrário, com o fechamento do Pontes Neto para cidadãos de outras cidades, a demanda em Quixadá deverá aumentar, e muito.
Recentemente, Cirilo esteve reunido com o Secretário Estadual de Saúde, Henrique Javi, para expôr a situação que considera financeiramente insustentável. Não voltou com nenhuma garantia significativa. O Estado do Ceará é só mais uma esfera de governo que também está quebrada financeiramente.
Na última segunda-feira, 09, o gestor viajou à Brasília, onde participará de reuniões no Ministério da Saúde para tratar da contrapartida do Governo Federal ao Município. Hoje, o governo federal oferece uma contrapartida de R$ 300 mil para a manutenção do Hospital Pontes Neto. Cirilo quer aumentar esse montante.
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Por Gooldemberg Saraiva / Contato: (88) 9 9972-5179 bergsaraiva@gmail.com