O PT de Quixadá silencia sobre a crise enfrentada por Dilma

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Dilma Roussef pode acabar esquecida pelo PT. Em Quixadá, ao que parece, isto já aconteceu.

Ao que parece, a direção do PT em Quixadá acha que a crise atualmente enfrentada por Dilma não lhe diz respeito.

Localmente, o partido está se comportando com absoluta indiferença em relação à possibilidade da presidente ser impedida de continuar a exercer o cargo. Ao menos esta é a impressão que está sendo dada. Afinal, desde que aquela criatura medonha, pantanosa, que preside a Câmara dos Deputados, resolveu aceitar dar início ao rito do impeachment, nenhum ato organizado petista aconteceu em Quixadá.

Se fosse com Lula, o diretório já teria com certeza esboçado qualquer tipo de reação. Mas com Dilma a coisa anda meio acabrunhada. Nem Ilário e nem Rachel Marques – principais expoentes locais da legenda -, despacharam qualquer nota relacionada ao assunto, acalmando os ânimos dos eleitores e explicando porque acham que “o golpe” – como entendem – não será bem sucedido.

Há quem discorde, mas tenho certeza que há um bom número de pessoas que gostaria de saber o posicionamento dos dois em relação à crise de Dilma. O que todos sabem é por mera suposição decorrente da associação partidária deles com a presidente. Uma nota pública seria útil. Só não pode chegar às casas no mesmo dia em que chegam as contas de energia.

A realidade é que, a não ser por uma ou duas vozes solitárias que, com muito esforço, aparecem em postagens de três ou quatro linhas no Facebook, os principais nomes do PT em Quixadá estão calados.

Higo Carlos é, possivelmente, um dos únicos a sair em defesa pública do seu partido e do mandato de Dilma. Natural que o faça. O jovem vereador tem pretensões dentro da sigla. Se deixassem, talvez ele alçasse voo maior. Mas suas asas estão constantemente sendo aparadas, como comentam. Como um todo, o PT de Quixadá está em silêncio sobre a crise enfrentada pela mandatária petista. Será que deveria?

Na última campanha presidencial, era Dilma a candidata aclamada nas ruas da cidade, inclusive no estilo “carrinho da tapioca” (carrinho de som e microfone na mão), como a única capaz de comandar o país. Normal que na política cada qual tome seu lado, especialmente quando tudo são flores.

Pelo visto, os líderes petistas em Quixadá, sabedores de que a sigla enfrenta o maior desgaste de sua história junto à população, querem ao máximo possível evitar transferir a rejeição de Dilma para si.

“E os dirigentes do PMDB em Quixadá? Não vão falar sobre Cunha?”, talvez alguém, com razão, indague. Ora, ninguém neste município pediu votos para aquela protuberância esquisita e pútrida da política brasileira que ocupa a presidência da Câmara; mas os líderes do PT pediram votos para Dilma. Deveriam, portanto, sentir a obrigação de se posicionarem, diferentemente destes últimos.

A opção pelo silêncio é até compreensível do ponto de vista tático. O ano de 2016 está aí às portas. Quem quer correr o risco de se definir politicamente, associar seus princípios de atuação e aparecer como amigo, apoiador ou seja lá o que mais, de uma presidente que pode acabar sendo legitimamente afastada do cargo? Pois é. O cadáver de Maquiavel se revolve no túmulo para dizer que O Príncipe tem toda razão quando explica como as coisas funcionam.

Evidentemente, a tática petista em Quixadá parece ser a de deixar ver no que tudo vai dar e, só depois, manifestar-se com clareza.

Afinal, Dilma não é no PT o que é, por exemplo, José Dirceu que, mesmo condenado pelo Supremo Tribunal Federal por crimes de corrupção, é tratado nas fileiras da legenda como “Herói”. Se Dilma cair, o PT provavelmente a esquecerá em dois tempos. Em Quixadá isto já aconteceu. Ou alguém tem visto o “carrinho da tapioca” pelas ruas afirmando a inocência da presidente?

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Por Gooldemberg Saraiva / Contato: (88) 9 9972-5179 bergsaraiva@gmail.com




Comentários

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  1. POLÍTICOS CARAS DE PAU

    Convencidos de que temos memória curta e “gentileza” infinita, nossos políticos não só fazem o que querem, mas também proferem absurdos sem pensar duas vezes. Mesmo diante de provas concretas eles mentem na cara dura: talvez sob a certeza de que num país onde a educação não é levada a serio, as palavras valham mais do que ações. RAPIDINHA Quando faço uma critica ou publico uma postagem ficam zangados indiferentes. Não estou aqui para favorecer ou desfavorecer fulano ou beltrano, até porque não ganho para fazer esse tipo de serviço e nem quero. Não trabalho para prefeito muito menos para vereador, publicarei aquilo que for relevante tanto faz ser do lado A ou B, não importa.

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