“Democracia” interna do PT tange Odorico Monteiro para fora

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Não é incomum ouvir da boca dos dirigentes do PT que o partido é um exemplo de prática democrática quando o assunto são as decisões internas. No discurso, afirma-se que todos tem voz e vez, e que há liberdade para discordar das correntes mais fortes dentro da sigla sem, contudo, sofrer qualquer tipo de retaliação. Na prática, porém, as coisas parecem funcionar de um jeito bem diferente.

Ilustrativo disto são as circunstâncias que levaram à saída do Deputado Federal Odorico Monteiro do partido. Sem espaço para crescer e para dar maiores contribuições dentro da legenda, graças ao sufoco promovido pelo grupo interno de José Guimarães, Odorico não viu outra saída para não estacionar seu mandato a não ser cair fora. Dentro do PT cearense, vai mal quem não se submete à moldagem de Guimarães, que é hoje quem delineia, de fato, os movimentos do partido.

Guimarães é para o PT estadual o que Ilário Marques é para o PT no município de Quixadá: é só com sua benção que qualquer tipo de semente se desenvolve e cresce. Odorico até tentou, mas o solo seco no qual a turma de Guimarães o colocou é infértil e de nada serve. Se continuasse na sigla, Odorico seria só um enfeite bonitinho na estante petista, apesar dos 121.640 votos que obteve em 182 municípios cearenses. Na balança petista neste Estado, esta altíssima representatividade popular pouco pesa se o eleito não andar coladinho com a cartilha de Guimarães e seu grupo interno.

A situação de Odorico no PT do Ceará é análoga ao do vereador Higo Carlos no PT de Quixadá. Este último tem tentado ao longo dos anos ser uma força maior dentro da sigla, mas a influência de Ilário Marques impede-lhe qualquer crescimento. Na última vez que tentou presidir o diretório local, Higo foi simplesmente atropelado pelo nome de Marques. O vereador não cresce e, ao que parece, vai continuar sem crescer, porque no mundo interno do partido – apesar do discurso de prática democrática -, manda quem pode, obedece quem tem juízo. É isto ou cair fora, como fez Odorico.

Curiosamente, no âmbito estadual, Ilário Marques e a Deputada Raquel Marques estão inseridos no grupo interno de José Guimarães, que é tido no Sertão Central como grande defensor do município de Quixeramobim. Não há notícia de que, em qualquer tempo, Ilário ou Raquel tenham tentado ajudar Odorico nas disputas internas, apesar dele ter sido fundamental na campanha de Raquel em Quixadá.

Na verdade, Odorico alcançou 11.567 votos em Quixadá e, em grande parte por causa da sua popularidade, foi que Raquel chegou aos seus 9.793 votos neste município. O casal votou em Odorico em 2014 mais por força das circunstâncias, já que o então candidato havia conseguido articular apoio de uma base ampla da sigla em Quixadá. No atual cenário, porém, Ilário e Raquel parecem considerar que é muito melhor continuar apoiando o domínio interno de José Guimarães.

Depois de 36 anos de filiação, Odorico Monteiro sai do PT com gosto amargo na boca, sufocado, sem ajuda dos supostos amigos, “tangido” feito gado, como ele próprio reconheceu. Triste fim que o PT lhe deu dentro do partido.

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pp-150x1501Por Gooldemberg Saraiva

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Comentários

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  1. SÓ MAFIOSOS REUNIDOS

  2. – E COMO DIZ O DITADO POPULAR: NEM A TERRA PERDE, NEM O CEU GANHA. SE UM DEPUTADO FEDERAL DA ENVERGADURA DE UM PROFESSOR, DOUTOR, SECRETARIO DE SAUDE EM VARIOS MUNICIPIOS IMPORTANTES DO CEARA(FORTALEZA QUE O DIGA), E, ESCORRAÇADO DO PARTIDO LIDERADO POR UM ZE-CUECA DESTES, QUE DIRA UM SIMPLES VERIADOR, VIRADOR, VIRIADOR. . . ESTA TURMA NAO ENGANA A MAIS NINGUEM.

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