Sabe, não há nada de errado em querer ser rico, assim como não há nada de errado em não querer voltar a ser pobre, no caso de quem já saiu desta condição. Se por um instante pusermos a hipocrisia de lado, constataremos que todos nós desejamos prosperar materialmente.
Não queremos viver exclusivamente em prol de dinheiro e bens materiais, é claro. A vida boa é muito mais que isto. Mas nós não trabalhamos duro, não nos esforçamos tanto, dando nosso suor, nosso tempo e nossas energias para continuarmos pobres, como se nos orgulhássemos de pertencer a uma classe menos favorecida. É obvio que não. Se pudermos, através do nosso trabalho honesto, dar o melhor para nossa família, nós o faremos. Quem vai negar isto?
Vi nas redes sociais muitos comentários sobre a foto acima. Alguns diziam que ela representa “o Brasil das elites” que, ontem, nas manifestações, lutava para sobreviver.
Fiquei me perguntando qual seriam as lições oferecidas por estas mesmas pessoas, seguindo a mesma linha de raciocínio, se a foto fosse do ex-presidente Lula caminhando ao lado de José Carlos Bumlai, descrito por ele nas investigações da Lava Jato como ‘homem de bem, honesto e pai de família exemplar, tendo-o na mais alta conta’. Lula, evidentemente, não veria problemas em caminhar com Bumlai, e nem manifesta nenhuma desaprovação por Bumlai ter condições financeiras com as quais a maioria dos brasileiros sequer sonha um dia desfrutar. Mas há tantas pessoas que viram problemas na foto acima. Há algo de errado na lógica dessa disposição, não há?
Sim, é inegável que o Brasil ainda é um país profundamente dividido, com grandes riquezas nas mãos de poucos. Esta desigualdade não é bem vista em lugar algum onde prevaleça o mínimo senso de justiça. Afinal, o correto é que todos desfrutem da possibilidade de alcançar as mesmas condições e de assegurar-se dos mesmos direitos.
Para que esta possibilidade exista, no entanto, é preciso muito mais do que aquilo que já foi feito até agora. Isto passa, antes de tudo, pelo oferecimento de educação de qualidade, de formação adequada, que dê aos nossos estudantes a capacidade de analisar com independência as questões fundamentais de interesse da nação, de escrutiná-las racionalmente, seguindo a lógica dos fatos onde quer que ela os leve, sem a influência ofuscante dos direcionamentos ideológicos e partidários.
O que se vê, porém, é que esta desigualdade, em vez de ser combatida na raiz, é usada para dividir ainda mais o país, tudo em nome de projetos de poder que precisam destas desigualdades para o próprio sustento. Parece pensar errado quem pensa que políticos que se elegem às custas da pobreza querem uma nação sem pobres.
Pobreza não é time do qual queiramos fazer parte. Não é uma bandeira, nem uma paixão que tenhamos de defender de outras classes. Por outro lado, riqueza também não é problema algum, desde que alcançada com trabalho honesto. E é na superação deste ódio divisório injetado por partidaristas nas veias do povo brasileiro que os problemas reais podem começar, talvez, a encontrar soluções mais duradouras.
Enquanto isto não acontece, quem investe no ódio e na divisão de classes, colocando uns contra os outros, e não juntando-os na mesma causa, não pode dizer que faz política de paz e unidade.
COMENTÁRIO DO PATRÃO DA BABÁ SOBRE A FOTO:
“Sí Pasarán!”
Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais.
Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente.
A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro.
A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito.
Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus.
Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século.
Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos.
Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária.
O ódio? A revolta? Estas, deixo para eles.
Claudio Pracownik
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