Nesta quinta-feira, 31, presidiários de duas celas da cadeia pública de Quixadá promoveram um princípio de motim. De acordo com o diretor da unidade, Mário Sergio, com quem o Monólitos Post conversou sobre o episódio, o objetivo dos detentos era “tomar outras celas”.
Durante a ação dos presidiários, algumas grades da unidade foram quebradas e o motim exigiu intervenção dos agentes penitenciários com o uso de armamento não letal. Ainda segundo Mário Sergio, nenhum dos detentos ficou seriamente ferido.
O diretor explicou que a superlotação e o exitoso trabalho destinado a impedir a entrada de armas, celulares e drogas na unidade pode ser a razão para a insatisfação dos presidiários. De fato, com capacidade para 80 presos, a cadeia pública de Quixadá está atualmente com 248.
Mário Sergio afirma que tem tentado emplacar na unidade projetos destinados à ressocialização, mas “falta espaço para tudo”. Para se ter uma ideia do absurdo, “até a sala de aulas que há no local está sendo usada como cela”, afirma.
Indagado sobre a capacidade atual da unidade para recuperar os presidiários, o agente foi enfático e direto: “Capacidade zero!”
A Cadeia Pública de Quixadá é, portanto, um barril de pólvora pronto para explodir a qualquer momento. Em vez de solucionarem de vez o problema, as autoridades parecem decididas a continuar enchendo o barril com mais pólvora. Se nenhuma ação for adotada para amenizar as condições subumanas a que os presos estão expostos ali, há grandes chances de que uma tragédia de grandes proporções acabe recaindo, em breve, sobre o colo do Estado.