Você que está lendo este artigo provavelmente conhece alguém que estuda para passar em concursos públicos, ou talvez você seja essa pessoa (e se for, meus parabéns, você está agindo corretamente). Tenho percebido nos últimos anos que o interesse em estudar com esse foco aumentou bastante. Um dos fatores é a crise econômica que estamos vivenciando, o aumento do desemprego, a falta da certeza que os empregados de empresas privadas têm com relação a se amanhã estarão empregados e outros fatores.
Trabalhar em uma empresa privada é algo incerto, pois o empregado dessas organizações deve pensar muito, mas muito mesmo antes de comprar um produto e parcelá-lo, por exemplo, em 12x, e será mais arriscado ainda comprar um carro ou a tão sonhada casa própria, em que geralmente o pagamento é efetuado no decorrer de anos.
As empresas privadas objetivam o lucro e no momento que são atingidas por fatores externos que ameaçam mudar seus resultados de positivos (lucro) para negativos (prejuízos), elas se sentem pressionadas a “enxugar” os gastos financeiros e geralmente esse “corte” começa na folha de pagamento. Nesses momentos tensos em que qualquer empresa privada e os trabalhadores estão sujeitos a passarem, o lado emotivo (no sentido da relação do empregado com o empregador ou superior), o tempo de serviço na empresa, o bom histórico do empregado e os interesses desse geralmente não são levados em consideração, mas sim a sobrevivência da empresa.
Daí vamos supor que um pai de família que comprou há poucos meses sua tão sonhada e desejada casa própria, recebe a notícia de que será demitido sem justa causa, ele ficará “sem chão”, muitos diante dessa situação entram num processo depressivo ou ficam extremamente estressados e muitas das vezes surgem doenças em decorrência disso. Os empregados diante dessa decisão do empregador nada podem fazer (no sentido de continuar trabalhando na empresa), até porque a atitude do empregador é legal, ele pode fazer isso, ele tem liberdade de contratar quem ele quer e de demitir também.
Aquele que conquista uma vaga no serviço público não se preocupa com essas coisas, pois não corre esses riscos. Essa pessoa sabe que conseguiu conquistar seu espaço com muito esforço e dedicação e que isso é algo para o resto da vida ou até ela passar num outro concurso público, com um salário maior e decidir em atuar nesse novo emprego (no caso isso será apenas uma transição programada pela própria pessoa). O fato é que o servidor público tem tranqüilidade em comprar no médio e no longo prazo e tem certeza que terá uma renda X todo mês.
Sábio é aquele que sai da acomodação com relação aos estudos, da mesmice e vai buscar um futuro melhor para si, e quando conseguir, esse novo momento da vida irá impactar positivamente a pessoa, quem ela ama e até sua família. E tem a questão do status que essa pessoa ganha diante da sociedade, pois uma coisa é a pessoa ser empregada de uma empresa privada, outra coisa é a pessoa ser um agente público (que passou num concurso público).
Na medida em que a demanda pelos estudos para concursos públicos aumentou, as opções de cursos preparatórios também aumentaram. Hoje temos cursos preparatórios locais para aqueles que gostam do modo tradicional de estudar, com o professor fisicamente dentro da sala de aula, tirando as dúvidas dos alunos “ao vivo”, tendo na sala vários alunos buscando o mesmo objetivo (e isso possibilita uma interação social) e temos também várias opções EAD (Ensino a distância, através da internet) voltado para aqueles que querem estudar em qualquer horário, evitando sair de casa para ir para um local específico num horário pré-determinado e que querem ter a oportunidade de rever uma videoaula quantas vezes quiserem. As dúvidas deste tipo de ensino são sanadas geralmente através de e-mail ou das redes sociais dos professores.
Antes de concluir este texto, devo alertar que em decorrência dessas mudanças, ser aprovado num concurso público cada vez mais exige do candidato. Antigamente era mais fácil ser aprovado, hoje não é. O nível de dificuldade das provas aumentou, os candidatos têm que entender o conteúdo cobrado, e não apenas decorá-lo. Mas vale a pena todo o esforço. Serão alguns meses ou até anos dedicados a um objetivo que resultará em diversos benefícios. Lá na frente, você vai olhar para trás e como muitos que já conquistaram sua vaga vai dizer: “Valeu a pena cada minuto de estudo e o que tive que sacrificar para chegar até aqui e, se fosse preciso, eu faria tudo outra vez”.
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Por Joel Soares, colunista do Monólitos Post.
