“Se alguém não tropeça em palavra, é homem perfeito.”

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“Se alguém não tropeça em palavra, é homem perfeito.”
(Tiago 3:2.)

Parabéns a todos os alienígenas perfeitos que moram em Quixadá e que nunca tropeçaram em uma única palavra sequer. Nós, terráqueos – meros humanos que necessitam da misericórdia de Deus e de uns dos outros -, somos falhos. Erramos mais do que gostaríamos.

Eu já errei muitas vezes em palavras. Já disse coisas, inclusive com pessoas queridas da minha família, das quais depois me arrependi e pelas quais pedi perdão. Não sou perfeito. Quando erro com alguém procuro pedir perdão ou corrigir o que tiver pra ser corrigido. As vezes dá certo, as vezes não. E a vida segue, apesar dos pesares, sempre nos ensinando lições valiosas.

Agora, se tem uma coisa da qual posso me orgulhar é do caráter que muitos anos de associação com pessoas íntegras, homens e mulheres de bem, cujas vidas limpas ainda me inspiram, ajudou-me a desenvolver. Apesar dos meus erros, vários deles até graves, não me envergonho de ser quem sou hoje.

Uma coisa que não faço, em grande parte graças a este caráter cultivado, é querer parecer melhor em cima dos erros dos outros. Nem sequer acho que posso julgá-los. Muito menos me vitimizo quando outros incorrem em erros semelhantes comigo. Esforço-me para compreender suas fraquezas e tento exercer o perdão até onde é possível e correto fazê-lo.

Recentemente, por exemplo, fui qualificado como vagabundo por um ativista político numa rede social. Conhecendo quem é, sabendo de suas fraquezas, e principalmente por consideração aos membros de sua família – pelos quais tenho algum apreço -, preferi ignorar e não fui ainda buscar meus direitos. Há atos falhos que, preferivelmente, devem ser perdoados e não explorados.

Zé Nilson, no calor da emoção de um de seus discursos, usou o termo “vagabundos” para se referir a certo grupo bem específico de pessoas, pessoas que ele considera mentirosas por terem divulgado uma pesquisa que ele acredita ser falsa. Ato falho, exagerado, pelo qual imediatamente pediu perdão. Perdão que lhe foi negado. Preferem, em vez disso, explorar o erro dele eleitoralmente. O mesmo erro que sabem que já cometeram muitas vezes, quer na privacidade do lar ou entre amigos, quer tão publicamente quanto numa rede social. Mas é isso mesmo. Cada um oferece apenas o que tem.

Não vou definir Zé Nilson e nem sua campanha por um ato falho em suas palavras. Aliás, não defino nem esta campanha e nem a adversária pelos vagabundos que porventura possam existir em ambos os lados. Fazê-lo seria deslealdade com um modo mais honrado, misericordioso e humano de agir.

Por isso mesmo não explorei a falha grotesca do Lula com os concursados. Por isso mesmo ignoro as inúmeras bobagens ofensivas e insultos que muitos me dirigem no calor da emoção de um ambiente de disputa eleitoral. Não sei se ganho alguma coisa com isto, mas prefiro agir assim. Um dia, quem sabe, alguém reconheça isto num momento em que eu errar também.

Deus é nosso único juiz. E ele fez as emoções e as intenções invisíveis exatamente para continuar sendo o único. Não vou julgar Zé Nilson, toda a sua personalidade e sua história por uma falha em controlar a língua.

Finalmente, não perdoar e explorar eleitoralmente um ato falho é uma escolha. E a verdade é que, como disse um certo homem muito sábio, “com a medida com que julgas, tu serás julgado”. (Mateus 7:2.)

Grande abraço em todos os alienígenas que moram na Terra dos Monólitos e que não falham nunca.

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13076605_1139166942789841_2340143932051734232_nPor Gooldemberg Saraiva




Comentários

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  1. Hoje de cabeça fria espero que reconheça o grande instituto de pesquisa que é, esse do piauí, não por ser do piauí mas por ser uma empresa seria voltada pra realidade que vocês desconheciam.
    hoje quixadá tem um prefeito com experiência administrativa e se o mesmo não corresponder as nossas expectativas deverá sair da mesma forma que entrou, pelo voto e não por baixaria desrespeito e falta de educação justamente por ser educador que tais coisas não poderia ser dita.
    fica aqui meu registro.

  2. É, GOOLDEMBERG NÓS GOSTARIAMOS DE VER ESSA HUMILDADE E LIBERAÇÃO DE PERDÃO SE FOSSE O OUTRO CANDIDATO QUE TIVESSE FALADO ISTO. TENHO CERTEZA ” E VOCÊ SABE DISTO” QUE DIRIAM TODA SORTE DE DESVANEIO, DIZENDO QUE ERA A POLITICA DA VIOLÊNCIA.

  3. Não precisa defender o Zé Nilson. Ele já pediu desculpas. Com a grande repercussão que está tendo suas palavras ele já deve ter se arrependido amargamente.

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