O Açude Cedro, em Quixadá, está seco. Segundo o Portal Hidrológico do Ceará, o reservatório conta com apenas 0,2% do seu volume total. Isto quer dizer que não há mais água à vista ali. A seca que entrou em seu quinto ano consecutivo surrou o velho açude. Mas a agonia do Cedro não para por aí.
As árvores que ladeiam a estrada de acesso ao açude e à famosa Pedra da Galinha Choca, formando uma belíssima alameda, há tempos são criminosamente massacradas pela ignorância e violência da exploração humana. Foi assim no final da tarde deste sábado, 03, quando mais uma vez atearam fogo nas grandes timbaúbas que teimam em viver ali.
De acordo com informações de populares, o incêndio foi intencional e, portanto, criminoso. Pessoas não identificadas teriam ateado fogo propositalmente nas árvores.
A força implacável do fogo num cenário completamente seco foi, inicialmente, contida por um grupo de voluntários. Sem ajuda de nenhuma autoridade, eles passaram horas trabalhando para controlar o avanço das chamas. Depois o Corpo de Bombeiros, sedeado em Quixeramobim, veio ajudar no combate ao fogo.
“Será que teremos que ver tombar a última árvore centenária da alameda do cedro para uma ocupação bizarra e predatória do patrimônio natural dos brasileiros?”, foi a pergunta feita pelo ambientalista Osvaldo Andrade, que defende a completa preservação da área. Referindo-se ao avanço da exploração imobiliária no local, ele pergunta: “Quixadaenses, de que lado vocês jogam? Mostrem a cara!”
Em junho de 2015 o Monólitos Post já havia chamado atenção para o tratamento dispensado às árvores centenárias da alameda do Açude Cedro. Leia aquela matéria especial clicando AQUI.
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