Biblioteca da escritora Rachel de Queiroz retorna ao Ceará

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A escritora foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.

Rachel de Queiroz está de volta ao seu torrão natal. Após 10 longos anos distante do povo e da terra que tanto lhe deram inspiração para obras maravilhosas, a escritora retorna ao Ceará.

Graças à parceria entre a Fundação Edson Queiroz e o Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro, a valiosa biblioteca de Rachel de Queiroz, composta de 3.063 itens, sendo 2.800 livros e 263 periódicos, ficará à disposição de pesquisadores e do público em geral em dois espaços da Universidade de Fortaleza (Unifor): a Biblioteca Central e a Biblioteca Acervos Especiais.

Para a reitora Fátima Veras, a iniciativa da Unifor e IMS se reveste da maior importância na medida em que permite o acesso dos cearenses a um acervo de valor histórico inestimável e de grande relevância para a pesquisa e preservação da literatura brasileira. “É com misto de orgulho e satisfação que trazemos a biblioteca de Rachel de Queiroz para os cearenses. Na Unifor, ela se unirá a outros grandes e importantes acervos, mas certamente esta biblioteca receberá carinho especial de alunos, professores e colaborares da universidade e do público em geral por toda a sua relação com a história de todos nós, cearenses”, salienta.

Antes de homologar a doação, o IMS submeteu a decisão a Maria Luíza de Queiroz Salek, irmã da escritora. “Visitei-a em novembro de 2016, e ela concordou plenamente com o destino do acervo de Rachel”, declara Elvia Bezerra, do IMS.

Mesma posição teve o bibliófilo José Augusto Bezerra, presidente da Academia Cearense de Letras e dono de vasto acervo sobre Rachel de Queiroz. “Todos reconhecem que a Unifor tem condições não só de preservar mas também de difundir esse rico material de pesquisa”, salienta.

Após o falecimento de Rachel de Queiroz, em 2003, a família doou para o bibliófilo José Augusto Bezerra, atual presidente da Academia Cearense de Letras, parte do acervo pessoal de livros e obras autorais.

Amigo da escritora, José Augusto ressalta que todas as obras de Rachel de Queiroz se complementam, dialogando entre si. “Eu já era colecionador há 40 anos quando recebi a doação da família de Rachel. O acervo dela foi dividido entre o museu Rachel de Queiroz, em Quixadá, a doação feita a mim e o que foi adquirido pelo Instituto Moreira Salles”, acrescenta.

José Augusto ressalta ainda a beleza, a inteligência e a capacidade de Rachel de Queiroz, afirmando o que a história já provou: Rachel foi a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras, tornando-se também a primeira escritora a se destacar na literatura da década de 30 junto, a outros grandes, como Graciliano Ramos e José Lins do Rego.

“Ela era uma mulher de cultura vasta. Quando participou da revista ‘O Cruzeiro’, produziu centenas de crônicas e matérias sobre os mais diversos assuntos ao longo de trinta anos. Rachel também foi uma das mais fecundas tradutoras do Brasil, traduzindo mais de 100 obras”, conta. Para ele, Rachel sempre será mais que uma inspiração e viverá para além de seu tempo, perpetuada em suas obras e na eterna dedicação que a mesma direcionou para o Brasil.




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