A imprensa que incomoda

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Fazer Comunicação não é fácil. No Brasil isso passou a ser mais percebível de 2014 para cá. A crise vivida pelo país implantou um cenário de guerra verbal, travada na Internet, sobretudo nas redes sociais. O alvo? Os meios de comunicação de massa. Ser apresentador, âncora, repórter, jornalista, redator, colunista ou blogueiro de uma revista, canal, site e rádio passou a incomodar políticos, empresários, traficantes bem como pessoas que tiveram e têm seus rostos estampados nas manchetes dos meios de comunicação do país por cometerem desde pequenos delitos a outros tantos tipos de crimes elencados no Código Penal, inclusive a corrupção. Cumprindo o seu dever de informar e noticiar, a imprensa passou a incomodar.

Destacando a relação dos meios de comunicação com ocupantes de cargos eletivos, percebe-se que no início do governo Lula, políticos e imprensa viviam um namoro eloquente, que progrediu, virou um quase casamento, mas  durante os três últimos anos, sobretudo no longo e doloroso processo de impeachment da petista Dilma Roussef, militantes, vereadores, prefeitos, deputados e governadores passaram a perseguir os principais meios de comunicação onde têm atuação política.

Muitos agem nos bastidores, pressionando, brigando e tentando de todas as formas censurar, pasmem, a imprensa. Em relação a este modo de agir, o PT tem sido um dos partidos que mais decepciona, pois seus dirigentes defendem a liberdade de expressão, a democratização da mídia e parecia tratar a imprensa como aliada, entretanto o processo de impedimento da presidente, como lembrado, mudou a história da relação entre o Planalto e os grandes veículos de comunicação do país. Aí o quase casamento passou a ser tratado pelos filiados à legenda como uma amizade malfadada. O cenário citado é bem diferente de 2008, quando o então presidente Lula declarava ter sofrido com a censura: “Longe de mim pensar em qualquer censura. Fui vítima da censura e não desejo cálculo renal nem censura para ninguém”, dizia ele.

Durante o processo de mudança do comando do país, a imprensa foi tachada de golpista, porque cumpria o seu dever de mostrar o que se passava no Brasil. Alguns eram bons comunicadores porque defendia o governo, outros eram golpistas porque ajudaram a “derrubar” a presidente.  

Na época, Dilma Rouseff, em coletiva à mídia estrangeira, criticou os jornais nacionais pela cobertura do impedimento. “O viés da mídia nacional a favor do golpe foi total inequívoco”, comentou ela. A petista e seus aliados esqueceram, por paixão política, que cabe aos meios de comunicação, quando um dos três poderes não funciona, mobilizar a sociedade, mostrar e cobrar o que estar errado. Pelo menos foi isso que eu aprendi com a professora Adisia Sá, quando ela foi indagada sobre o papel da imprensa como “o quarto poder”.

Em Quixadá, a relação de políticos com os meios de comunicação de massa não têm sido diferente. A imprensa incomoda e sofre perseguição por parte do governo municipal. É que a gestão petista resolveu culpar o Monólitos Post, site que tem milhares de acessos diários, pelo cancelamento do Carnaval.

Pessoas ligadas à gestão, por meio de sites, blogs, nos aplicativos de conversas e perfis fakes nas redes sociais atacam, denigrem e espalham boatos que visam a atingir um dos maiores sites de notícias do Sertão Central, bem como os veículos de comunicação ligados ao Sistema Monólitos de Comunicação, que durante os últimos anos ajuda a informar, noticiar e cobrar das autoridades uma sociedade mais justa e igualitária. É papel dos meios de comunicação, como já lembrado, mobilizar a sociedade quando o poder público erra.

A Prefeitura de Quixadá decretou estado de calamidade financeira, mas queria realizar o Carnaval que custaria R$ 168 mil ao município. É correto isto? Acredito que não, pois a própria instituição, por recomendação do Ministério Público, cancelou o Carnaval.

Lembro que o órgão não obriga, entretanto se o prefeito não acatar as recomendações, pode, também, por orientação do MP, ser afastado do cargo. Ai eu fico pensando: Qual o papel do Monólitos Post no cancelamento do Carnaval pela Prefeitura de Quixadá? Apenas o de noticiar. Porque um órgão orientou e a Prefeitura cumpriu.

O fato serviu para mostrar que a imprensa local não se calará, nem vai se omitir diante de ações que prejudiquem os cidadãos quixadaenses.


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Por Franzé Cavalcante – Jornalista

Email:  monolitosquixada@gmail.com




Comentários

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  1. Parabéns pela excelente matéria.

  2. Chora que vai ter folia!!! Já pode informar ou desinformar que sempre foi o interesse desse jornal.

  3. Nessa história toda, quem ataca quem?

  4. tanto que Quixadá foi prejudicado….. 8 anos travados… 8 anos Quixadá parece que andava pra trás… Ilário Ilário Ilário prefeitura de Quixadá concurso MP agora carnaval. meu povo deixa o Cara trabalhar em paz… esquece um pouco o ILÁRIO. Tanta noticia aiii pra vcs… quando o João era prefeito o que era que vcs faziam tanto que nunca falava das merda q ele fazia? me poupe da mesma ladainha….

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