Nos cem primeiros dias de gestão o desenvolvimento urbano das sedes dos municípios, com ênfase nos principais bairros e na resolução dos problemas das cidades, norteiam os gestores públicos a planejar os investimentos que podem tornar as ruas, calçadas, praças, meio ambiente e espaço públicos mais agradáveis. Para isso as administrações municipais mais zelosas realizam, no geral, uma força tarefa para limpeza dos logradouros. Foi assim em Canindé, onde a Prefeitura, através dos mutirões de limpeza e melhorias das ruas, deu uma nova cara a terra que tem São Francisco das Chagas como padroeiro.
Em Quixadá, o governo municipal realizou durante 40 dias o processo de limpeza urbana e após o período considerou a força tarefa encerrada, entretanto há, ainda, alguns pontos de lixo na sede do município, como no bairro São João, mais precisamente na saída da Terra dos Monólitos para quem segue rumo a Choró, e também em outros pontos da cidade como podemos observar nas fotos acima. O titular da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Christian Quezado, reconhece que “os pontos de lixo são problemas que exigem da gestão”. Ao mesmo tempo, ele diz que há necessidade de co-participação da população quixadaense. O gestor disse ainda que identificou todos os pontos de lixo e desenvolveu “um projeto de engenharia onde serão requalificados esses pontos e será feito um trabalho de conscientização no sentido de evitar que estes pontos atuais e novos sejam criados”, comentou.

Portal do TCM mostra a dispensa de licitação para coleta de lixo em Quixadá, no valor de quase 800 mil.
A justificativa do secretário seria plausível se não houvesse um detalhe mostrado no Monolitos Post em matéria veiculada no dia 16 de janeiro: Através de dispensa de licitação, Prefeitura de Quixadá contratou empresa de limpeza urbana por quase R$ 800 mil. A reportagem informava que no dia nove do mesmo mês, de acordo com o portal do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a administração municipal utilizou a dispensa de licitação para contratação de empresa especializada em execução dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos, conservação e manutenção da limpeza de vias e logradouros públicos e chamava a atenção para o valor realizado na contratação, que é de R$ 771.578,10 (setecentos e setenta e um mil, quinhentos e setenta e oito reais, e dez centavos).
Com o detalhe citado faço três perguntas importantes: Em um município que decretou Estado de Calamidade Financeira àquele valor não é muito elevado? A Prefeitura não tem profissionais suficientes para atender a demanda? A empresa contratada não tem equipamento suficiente para que os pontos críticos de lixo fossem eliminados? Eu acredito que se o Executivo quixadaense tivesse se organizado as perguntas acimas nem realizadas seriam, pois os três meses de contrato com a empresa seriam, para mim, suficiente para o apoio aos garis.

Portal da Transparência indica que a gestão de João da Sapataria, no seu primeiro ano, gastou pouco mais de 1,6 milhões com coleta de lixo.
Das três indagações, uma, a do valor do contratual da empresa, me leva ao Portal da Transparência. Nele é possível notar que, se o internauta quiser pode utilizar-se novamente do mesmo subterfúgio utilizado pelo chefe do Executivo local. A comparação com a administração anterior a dele. No governo de João Hudson a empresa contratada para o serviço, em seu primeiro ano de mandato, gastou um pouco mais de R$ 1,6 milhões (um milhão e seiscentos mil) para o serviço prestado durante todo o ano. Já o petista, nos primeiros meses de administração, gastou quase metade do que foi gasto durante todo um ano de seu antecessor, ou seja, no final deste ano a Prefeitura de Quixadá poderá gastar, no mínimo, o dobro da gestão João Hudson, uma vez que o contrato deverá ser renovado e sofrer aditivos. Ai eu pergunto ao leitor: eu tenho ou não razão em fazer as perguntas acima?
Outro ponto relevante nos primeiros meses de gestão em relação à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente são as más condições das vias da cidade. Para um município que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem quase 27 mil veículos as vias urbanas e rurais deixam muito a desejar. Avenidas como a José Caetano e ruas como a Basílio Pinto e Rui Maia não é possível trafegar com segurança. A estrada que leva até a Serra do Estevão, um dos locais mais belos do município, é visivelmente esburacada e perigosa. Lá, os buracos enormes na pista obrigam os motoristas a dirigirem na contramão, expondo-se a acidentes. A maioria daqueles que usam rotineiramente o trecho também reclama da falta de segurança e dizem que as condições da estrada facilitam os assaltos, como relatou um servidor público do estado ao repórter Everardo Gomes, da TV Monólitos.
Vejo que a situação da estrada que de acesso ao distrito de Dom Maurício terá solução em no máximo dois anos. Não porque o prefeito utilizou de sua influência com o governador do Estado, que é do mesmo partido, mas sim porque naquela via, perto da comunidade do Pote Seco, está sendo construída a sede do Detran. Como cobrar o IPVA do contribuinte se nem para seus funcionários o Governo daria uma estrada transitável? Mesmo assim o secretário de Urbanismo informou que o chefe do Executivo esteve na Superintendência do Departamento Estadual de Rodovias (DER) solicitando a recuperação da CE citada. Ressalto que a CE-166, que beneficia o trafego de veículos entre Piquet Carneiro e Senador Pompeu, no Sertão Central, recebeu investimentos de quase R$ 77 milhões para serviços de terraplenagem, pavimentação e revestimento asfáltico em um trecho de 39, 46 Km e enquanto isso a estrada de acesso a Dom Maurício, que tem quase a metade da acima citada, a cada dia que passa, é abandonada pelo Poder Público, é esquecida pelos governos municipal e estadual.
Por Franzé Cavalcante – Jornalista
Email: monolitosquixada@gmail.com













Enquanto a população não se educar e colocar o lixo no lugar certo e na hora certa sempre vai ter esse montinhos de lixo.