O Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta terça-feira (12), pelo recebimento da denúncia contra o deputado federal José Guimarães (PT). O Ministério Público Federal (MPF) denuncia o parlamentar pelo suposto cometimento dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público, Guimarães teria recebido R$ 97,7 mil por intermediar o contato do advogado Alexandre Corrêa de Oliveira Romano com Roberto Smith, então presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), a fim de viabilizar a liberação de um empréstimo de R$ 267,9 milhões para a construção de três usinas eólicas na Bahia pela empresa Engevix.
A defesa do parlamentar não nega o recebimento dos cheques, mas afirmou que José Guimarães apenas se prontificou a falar com o presidente do Banco do Nordeste para que recebesse Roberto Romano e os executivos da Engevix, não havendo qualquer ato de ofício de sua parte apto a configurar a solicitação e o recebimento de vantagem indevida.
Em seu voto, o ministro Fachin ressaltou que há elementos suficientes a conferir verossimilhança ao relato de Romano. “Os elementos de convicção indicativos de ter o acusado José Guimarães obtido vantagem indevida são reforçados pelo fato de as pessoas jurídicas destinatárias dos depósitos dos cheques emitidos pelo colaborador Alexandre Romano não terem mantido com este último qualquer vínculo, ocupando, de acordo com as evidências, posição de credoras do parlamentar denunciado”. Um pedido de vista feito pelo ministro Dias Toffoli interrompeu o julgamento.
José Guimarães, que ficou conhecido nacionalmente quando teve um assessor preso com dólares na cueca, esteve em Quixadá no último sábado (09) em um evento oficial junto com o governador Camilo Santana e o Prefeito Ilário Marques, ambos também petistas. Guimarães é o nome favorito de Marques para receber seu apoio em Quixadá para deputado federal.