Monólitos Post

Na semana em que o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), virou notícia por ter licitado o aluguel de um carro de luxo blindado porque se sente mais seguro, a Prefeitura ficou sem segurança: Os computadores do setor de licitação e da Procuradoria da instituição foram invadidos por crackes, de acordo com o que diz a própria gestão.

O fato pegou os quixadaenses e os servidores do município de surpresa. Muitos internautas criticaram a segurança dada às máquinas que guardam informações que servem para fiscalização de órgãos como Tribunal de Contas do Estado. Algumas pessoas duvidaram da notícia dizendo que era “H”.

A desconfiança vem porque justamente os dois setores que tiveram as máquinas atacadas por cibercriminosos são os que guardam informações que contem, sobretudo, os gastos realizados pela Prefeitura Municipal de Quixadá. No início do ano, a Secretaria de Administração do município preocupou-se em organizar o arquivo público municipal, entretanto não tomou o mesmo cuidado com a segurança digital das instituições que formam o Executivo quixadaense.

Bom lembrar que, possivelmente, nas máquinas atacadas estão informações relacionadas às licitações que foram canceladas, que tiveram erros e as das obras e serviços com suposto superfaturamento pelo Paço Municipal, como a do transporte escolar e a da limpeza urbana, o que causa estranheza. Por que justamente estes computadores sofreram ações de crackes? 

O fato só será esclarecido quando for levado ao conhecimento das autoridades policiais. Nestes casos, a Polícia Federal é a mais indicada para tratar o assunto, pois tem um departamento exclusivo para ataques no mundo digital. É a Diretoria Técnico-Cientific – DITEC, comandada pelo delegado Amaury Alan Martins. Após as investigações a gestão deveria publicar o resultado da perícia.

Com o desenvolvimento da tecnologia, nos últimos anos, é necessário que tanto a iniciativa privada quanto a pública tenham cuidado com a segurança digital, uma vez que o cibercrime têm se tornado um dos problemas mais preocupantes para a sociedade contemporânea. Para se ter uma ideia, só no Brasil, em 2016, de acordo com dados da provedora de segurança em rede, Norton, foram 42,4 milhões de vítimas de ataques virtuais, o que significa que quase 1/4 da população nacional teve problemas com criminosos online.

Enquanto os quixadaenses esperam que haja uma investigação para o cibercrime, a gestão, de acordo com especialistas, pode tomar alguns cuidados para que o crime não venha ocorrer novamente, sobretudo porque o país é o quarto do mundo onde ocorrer mais cibercrimes. Entre os cuidados para se evitar um ataque estão: senhas fortes (e não as compartilhe com ninguém), atualização dos sistemas operacionais e firmwares em dias, cuidado ao clicar em links e arquivos recebidos por emails ou redes sociais.