A instalação de câmeras nas escolas públicas de Quixadá, fato noticiado pelo Monólitos Post na última quinta-feira (11), foi o assunto do momento nas redes sociais. Após a divulgação de que a Prefeitura Municipal de Quixadá irá alugar câmeras para colocar em 51 estabelecimentos da instituição, sendo 46 deles escolas, por quase R$ 700 mil, o Executivo local admitiu que os gastos serão ainda maior: quase três milhões de reais, deixando a entender que o contrato com a empresa vencedora do processo licitatório será renovado.
A Prefeitura, em nota publicada no seu site oficial, informou que a substituição de profissionais por câmeras é uma realidade. A ação é questionável em diversos aspectos. Entre eles, demonstra mais uma vez que o atual prefeito continua no seu intento de aniquilar o concurso público, usando números incorretos ou de má-fé para ludibriar os quixadaenses, pois uma das justificativas para anulação do concurso público era que o estudo de impacto financeiro não tinha sido realizado pela então gestão, que no edital do certame informou que cada vigia ganharia R$ 880,00 (oitocentos e oitenta e oito reais) – correspondente ao salário mínimo a época do certame – entretanto a atual administração comunicou que paga um pouco mais de duas vezes o valor de um salário mínimo, derrubando o próprio argumento utilizado para aniquilar o concurso de 2016.
Atual administração informa que paga por cada vigia R$ 1.813,80 (mil oitocentos e treze reais e oitenta centavos) por mês, ou seja quase mil reais a mais. “…Estamos falando de câmeras, alarmes, softwares, tudo conectado com uma central. Com a locação, todos os serviços de manutenção e afins são garantidos pela empresa contratada. Na perspectiva da comparação com um possível profissional de vigilância, que custa aos cofres públicos R$ 1.813,80 (mil oitocentos e treze reais e oitenta centavos) por mês, o que em um ano representa R$ 21.765,60 (vinte e um mil, setecentos e sessenta e cinco reais e sessenta centavos)…”, publicou a Prefeitura.
Ainda em nota, a Prefeitura de Quixadá compara a gestão de Ilário Marques ao ex-prefeito João Hudson, informando que o antecessor, “que estimou, sem planejamento, a contratação de 130 vagas para vigias, em quatro anos, o gasto com estes profissionais seria de R$ 11.318,112,00 (onze milhões, trezentos e dezoito mil, cento e doze reais)”. Mas, não informou que para a vigilância das escolas onde serão implantadas as câmeras são necessários apenas 46 dos 121 vigias que foram aprovados no concurso e que de acordo com o edital receberiam um salário de R$ 880, 00 (oitocentos e oitenta reais). Estes profissionais, por mês, através do desconto que deveriam ir para o INSS, injetariam, todos os meses, na conta do Instituto Municipal de Previdência de Quixadá (IPMQ) um valor considerável e ainda seriam consumidores dos produtos e alimentos do comércio, fazendo com que a Economia do município “girasse”, mas a atitude mal planejada pelo prefeito Ilário Marques de substituir vigias, concursados, por máquinas alugadas ajuda a estagnar a economia local.
Por fim, mesmo que por nenhum momento a matéria tenha questionado se era mais barato ou não as câmeras serem usadas no lugar dos vigias, a administração reconhece que substituirá 46 pessoas que deixarão de garantir o sustento de duas famílias por máquinas e que irá realizar um gasto exorbitante com os alugueis das câmeras. “Em quatro anos a segurança eletrônica custará aos cofres públicos R$ 2.800.000,00 (dois milhões e oitocentos mil) mais de oito milhões a menos”, garantiu a Prefeitura. O fato de gastar um valor incompatível demonstra que a gestão inteligente, governo justo não está preocupada com a eficiência na utilização dos recursos públicos.